BuscaPé, líder em comparação de preços na América Latina

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Diabetes Mellitus


Diabetes mellitus
Diabetes mellitus é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia (aumento dos níveis de glicose no sangue), resultado de deficiências na secreção de insulina, em sua ação ou ambos. Trata-se de uma doença complexa, na qual coexiste um transtorno global do metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas. É multifatorial pela existência de múltiplos fatores implicado em sua patogênese.
O pâncreas é o órgão responsável pela produção do hormônio denominado insulina. Este hormônio é responsável pela regulagem da. Para que as células das diversas partes do corpo humano possam realizar o processo de respiração aeróbica, é necessário que a glicose esteja presente na célula. Portanto, as células possuem receptores de insulina que, quando acionados "abrem" a membrana celular para a entrada da glicose presente na circulação sanguínea. Uma falha na produção de insulina resulta em altos níveis de glicose no sangue, já que esta última não é devidamente dirigida ao interior das células.
Visando manter a glicemia constante, o pâncreas também produz outro hormônio antagônico à insulina, denominado glucagon. Ou seja, quando a glicemia cai, mais glucagon é secretado visando reestabelecer o nível de glicose na circulação.

Causas e tipos
No início pensava-se que o fator que predispunha à enfermidade era um consumo alto de carboidratos de rápida absorção. Depois se viu que não havia um aumento das probabilidades de contrair diabetes mellitus com o consumo de carboidratos de assimilação lenta.
Atualmente pensa-se que os fatores mais importantes são o excesso de peso e a falta de exercício (para o diabetes tipo 2).
A atividade física melhora a administração das reservas de açúcares do corpo. As reservas de glicogênio aumentam e se dosificam melhor quando o corpo está em forma, já que os lipídios se queimam com mais facilidade, reservando mais os carboidratos para esforços intensos ou em caso de que a atividade seja muito longa que as reservas aguentem mais tempo.
No caso da diabetes tipo I, esta aparece quando o Sistema imunitário do doente ataca as células beta do pâncreas. A causa desta confusão ainda não foi definida, apesar de parecer estar associada a casos de constipações e outras doenças. O tipo de alimentação, o estilo de vida não têm qualquer influência no aparecimento deste tipo de diabetes.

Metabolismo da glicose
Como a insulina é o principal hormônio que regula a quantidade de glicose absorvida pela maioria das células a partir do sangue (principalmente células musculares e de gordura, mas não células do sistema nervoso central), a sua deficiência ou a insensibilidade de seus receptores desempenham um papel importante em todas as formas da diabetes mellitus.
Muito do carboidrato dos alimentos é convertido em poucas horas no monossacarídeo glicose, o principal carboidrato encontrado no sangue. Alguns carboidratos não são convertidos. Alguns exemplos incluem a frutose que é utilizada como um combustível celular, mas não é convertida em glicose e não participa no mecanismo regulatório metabólico da insulina / glicose; adicionalmente, o carboidrato celulose não é convertido em glicose, já que muitos humanos e muitos animais não tem vias digestivas capazes de digerir a celulose. A insulina é liberada no sangue pelas células beta (células-β) do pâncreas em resposta aos níveis crescentes de glicose no sangue (por exemplo, após uma refeição). A insulina habilita a maioria das células do corpo a absorverem a glicose do sangue e a utilizarem como combustível, para a conversão em outras moléculas necessárias, ou para armazenamento. A insulina é também o sinal de controle principal para a conversão da glicose (o açúcar básico usado como combustível) em glicogênio para armazenamento interno nas células do fígado e musculares. Níveis reduzidos de glicose resultam em níveis reduzidos de secreção de insulina a partir das células beta e na conversão reversa de glicogênio a glicose quando os níveis de glicose caem.
Níveis aumentados de insulina aumentam muitos processos anabólicos (de crescimento) como o crescimento e duplicação celular, síntese protéica e armazenamento de gordura.
Se a quantidade de insulina disponível é insuficiente, se as células respondem mal aos efeitos da insulina (insensibilidade ou resistência à insulina), ou se a própria insulina está defeituosa, a glicose não será administrada corretamente pelas células do corpo ou armazenada corretamente no fígado e músculos. O efeito dominó são níveis altos persistentes de glicose no sangue, síntese protéica pobre e outros distúrbios metabólicos, como a acidose.

Diabetes mellitus tipo 1
Normalmente se inicia na infância ou adolescência, e se caracteriza por um déficit de insulina, devido à destruição das células beta do pâncreas por processos auto-imunes ou idiopáticos. Só cerca de 1 em 20 pessoas diabéticas tem diabetes tipo 1, a qual se apresenta mais freqüentemente entre em jovens e crianças. Este tipo de diabetes se conhecia como diabetes mellitus insulino-dependente ou diabetes infantil. Nela, o corpo produz pouca ou nenhuma insulina. As pessoas que padecem dela devem receber injeções diárias de insulina. A quantidade de injeções diárias é variável em função do tratamento escolhido pelo endocrinologista e também em função da quantidade de insulina produzida pelo pâncreas. A insulina sintética pode ser de ação lenta ou rápida: a de ação lenta é ministrada ao acordar e ao dormir; a de ação rápida é indicada logo após grandes refeições.
Para controlar este tipo de diabetes é necessário o equilíbrio de três fatores: a insulina, a alimentação e o exercício.
Sobre a alimentação é preciso ter vários fatores em conta. Apesar de ser necessário algum rigor na alimentação, há de lembrar que este tipo de diabetes atinge essencialmente jovens, e esses jovens estão muitas vezes em crescimento e têm vidas ativas. Assim, o plano alimentar deve ser concebido com isso em vista, uma vez que muitas vezes se faz uma dieta demasiado limitada para a idade e atividade do doente. Para o dia a dia, é desaconselhável a ingestão de carboidratos de ação rápida (sumos, bolos, cremes) e incentivado os de ação lenta (pão, bolachas, arroz, massa...) de modo a evitar picos de glicemia.
Muitas vezes se ouve que o diabético não pode praticar exercicio. Esta afirmação é completamente falsa, já que o exercício contribui para um melhor controle da diabetes, queimando excesso de açúcar, gorduras e melhorando a qualidade de vida. Por vezes, torna-se necessário dobrar um pouco as regras: para praticar exercícios que requerem muita energia é preciso consumir muita energia, ou seja, consumir carboidratos lentos e rápidos.

Diabetes mellitus tipo 2
Tem mecanismo fisiopatológico complexo e não completamente elucidado. Parece haver uma diminuição na resposta dos receptores de glicose presentes no tecido periférico à insulina, levando ao fenômeno de resistência à insulina. As células beta do pâncreas aumentam a produção de insulina e, ao longo dos anos, a resistência à insulina acaba por levar as células beta à exaustão. Desenvolve-se freqüentemente em etapas adultas da vida e é muito freqüente a associação com a obesidade; anteriormente denominada diabetes do adulto, diabetes relacionada com a obesidade, diabetes não insulino-dependente. Vários fármacos e outras causas podem, contudo, causar este tipo de diabetes. É muito freqüente a diabetes tipo 2 associada ao uso prolongado de corticóides, freqüentemente associada à hemocromatose não tratada.


Diabetes Gestacional
A diabetes gestacional também envolve uma combinação de secreção e responsividade de insulina inadequados, assemelhando-se à diabetes tipo 2 em diversos aspectos. Ela se desenvolve durante a gravidez e pode melhorar ou desaparecer após o nascimento do bebê. Embora possa ser temporária, a diabetes gestacional pode trazer danos à saúde do feto e/ou da mãe, e cerca de 20%–50% das mulheres com diabetes gestacional desenvolvem diabetes tipo 2 mais tardiamente na vida.
A diabetes mellitus gestacional (DMG) ocorre em cerca de 2%–5% de todas as gravidezes. Ela é temporária e completamente tratável mas, se não tratada, pode causar problemas com a gravidez, incluindo macrosomia (peso elevado do bebê ao nascer), malformações fetais e doença cardíaca congênita. Ela requer supervisão médica cuidadosa durante a gravidez.
Os riscos fetais/neonatais associados à DMG incluem anomalias congênitas como malformações cardíacas, do sistema nervoso central e de músculos esqueléticos. A insulina fetal aumentada pode inibir a produção de surfactante fetal e pode causar problemas respiratórios. A hiperbilirrubinemia pode causar a destruição de hemácias. Em muitos casos, a a morte perinatal pode ocorrer, mais comumente como um resultado da má profusão placentária devido a um prejuízo vascular.

Manifestações clínicas
A tríade clássica dos sintomas da diabetes é poliúria (pessoa urina com frequência), polidipsia (sede aumentada e aumento de ingesta de líquidos), polifagia (apetite aumentado). Pode ocorrer perda de peso. Estes sintomas podem se desenvolver bastante rapidamente no tipo 1, particularmente em crianças (semanas ou meses) ou pode ser sutil ou completamente ausente — assim como se desenvolver muito mais lentamente — no tipo 2. No tipo 1 pode haver também perda de peso (apesar da fome aumentada ou normal) e fadiga. Estes sintomas podem também se manifestar na diabetes tipo 2 em pacientes cuja diabetes é má-controlada.


Complicações agudas
Hiperglicemia
Coma diabético
Amputação

Complicações crônicas
Ateroscleose
Hipertensão ( por aumento de H2O no sangue, além da glicolisação irregular do colágeno e proteínas das paredes endoteliais o que pode causar tromboses e coágulos por todo o sistema circulatório);
Tromboses e coágulos na corrente sanguínea;
Problemas dermatológicos ( por desnaturação de proteínas endoteliais)
Pé diabético
Problemas neurológicos principalmente no pé, como perda de sensibilidade e propriocepção;
Dificuldade em coagular o sangue
Problemas metabólicos generalizados.


A melhor maneira de prevenir a diabetes é ter um estilo de vida saudável. No caso do doente diabético, a educação é a melhor forma de prevenção. A diabetes é uma situação perpétua, dinâmica e variável. Assim, o diabético tem de conhecer a sua doença: causas, efeitos e riscos – imediatos e a longo prazo. A educação tem por objetivo treinar alguém na prática de um novo comportamento até que este se torne habitual, isto é, até à criação do hábito. Tem de ser adaptada à situação clínica e ao diabético a quem se dirige (grávida, idoso, etc.). Os grandes eixos da educação do diabético reportam-se à alimentação (correto regime alimentar), à autovigilância (peso, glicemias diárias, auto-observação dos pés, etc.), à higiene corporal (cuidados com as unhas, com o calçado, etc.), à tomada de consciência para os sinais de alarme das complicações agudas (hipoglicemia, acidose diabética) e forma de atuar, e à gestão da medicação.


July.



quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Violência contra o idoso


Violência contra o idoso:
Suportes legais para a intervenção

Sessenta anos: este é o marco etário que define o ingresso na terceira idade. Sobre esse marco etário, são calculados os índices de envelhecimento da população, crescentes em todo o mundo. As estatísticas nacionais recentes indicam que também no Brasil o contingente de idosos tem crescido de forma considerável e estima-se que, até o ano de 2020, o país contará com 40 milhões de idosos (), constituindo-se no sexto país com mais idosos no mundo.
O avanço tecnológico, que proporciona melhorias na qualidade de vida em geral e nos cuidados à saúde em particular, está entre as causas mais citadas para o envelhecimento populacional em todo o mundo. O progresso inegável da medicina tem permitido que a população idosa alcance padrões de bem-estar nunca vividos antes; novos medicamentos, novas tecnologias de diagnóstico, novos recursos de intervenção sobre o corpo permitem o prolongamento da saúde, a redução da doença e com isso menor comprometimento da autonomia física com o avançar da idade. No entanto, o despreparo das instituições e dos sujeitos para lidar com as questões sociais e psíquicas próprias do envelhecimento tem feito crescer o conjunto de
sofrimentos socialmente impingidos aos idosos. Entre eles, está a violência, que aumenta consideravelmente em todo o mundo.
Na sociedade contemporânea, os dispositivos legais admitem, de forma consensual, que os cuidados para com os idosos são de responsabilidade concomitante da família, da sociedade e do Estado; assim, retoma-se a centralidade da família, com auxílio e suporte do Estado. De um lado, parece razoável que o idoso seja alvo do cuidado prioritário pela família: é ali que se desenvolvem e exercem os vínculos básicos do
indivíduo, criando uma certa cultura, com seus códigos, sintaxe, regras, ritos e jogos próprios, um universo enfim de significados particulares que confere identidade ao sujeito. De outro lado, não se deve ignorar que o espaço privado tem
sido palco de inúmeras formas de violência que afetam os membros mais frágeis, entre os quais estão os idosos.
Até há poucas décadas, o papel de cuidadora atribuído à mulher podia ser desempenhado sem o acúmulo de tarefas que hoje lhe é imposta. Familiares próximos deixaram de ser cuidadores principais das gerações precedentes, e o que se verifica hoje é que grande parte das violências contra idosos ocorre em casos em que diferentes gerações convivem na mesma unidade doméstica, uma evidência de que o convívio plurigeracional não pode ser visto como garantia de velhice bem sucedida,
e nem mesmo sinal de relações mais amistosas entre as sucessivas gerações.


Formas de Violência Familiar contra o Idoso
A lei estabelece que todo cidadão tem o dever de denunciar à autoridade competente qualquer forma de negligência, maus-tratos ou desrespeito ao idoso. A literatura define como formas mais comuns de violência familiar contra o idoso:
1) Os abusos físicos, entendidos como ações agressivas e brutais que podem ocasionar fraturas, hematomas, queimaduras ou outros danos físicos;
2) Os abusos psicológicos, definidos como as diversas formas de privação ambiental, social ou verbal; a negação de direitos, as humilhações ou o uso de palavras e expressões que insultam ou ofendem; os preconceitos e a exclusão do convívio social;
3) Os abusos financeiros ou a exploração econômica, definidos como a apropriação de
rendimentos ou o uso ilícito de fundos, propriedades e outros ativos que pertençam ao
idoso;
4) A negligência, entendida como a situação na qual o responsável permite que o idoso experimente sofrimento. A negligência é caracterizada como ativa quando o ato é deliberado, e como passiva quando resulta de conhecimento inadequado das necessidades do idoso ou de estresses do cuidador, resultante da necessidade de ministrar cuidados prolongados.
A identificação dessas formas de violência requer intervenção interdisciplinar e atenção dirigida para os sinais de sua ocorrência. O comportamento agressivo e hostil do cuidador, sua ausência de disponibilidade para prestar os cuidados diários requeridos pela pessoa idosa, assim como a preocupação excessiva com o controle do idoso ou a queixa reiterada da carga que ele representa, são indícios de que a relação deve ser melhor examinada. Além disso, certos tipos de lesões e ferimentos freqüentes no idoso; sua aparência descuidada; desnutrição; comportamento muito
agressivo ou apático; afastamento, isolamento; tristeza ou abatimento profundo são também sinais que merecem investigação.
Estudos sobre a violência contra idosos mostram que os autores dessa modalidade de violência são em geral adultos maduros, mais comumente filhos e netos das vítimas, mas também amigos, inquilinos e senhorios, cuja saúde física ou mental pode também estar comprometida. Esses adultos são sujeitos que podem ter vindo de um lar de relações violentas.
No caso da violência contra o idoso, somam-se outras dificuldades: a vergonha, humilhação e o constrangimento, derivados da perda de autonomia; ou o receio das conseqüências de uma denúncia, como uma punição a seu familiar, que é freqüentemente o próprio cuidador.


Constituição Federal, Política Nacional do Idoso e Estatuto do Idoso
Nos termos constitucionais, o idoso é sujeito de direitos. A Constituição Federal impede qualquer forma de discriminação por idade e atribui à família, à sociedade e ao Estado o dever de amparar o idoso, assegurar sua participação na comunidade, defender sua dignidade e bem-estar e garantir seu direito à vida. Esses direitos são discriminados na Política, que reafirma a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade; assegura os direitos sociais à educação, à saúde, ao trabalho, à moradia, ao lazer, à segurança, à previdência social e à assistência aos desamparados; e defende os direitos políticos constitucionais dos
idosos, inclusive o voto facultativo a partir dos 70 anos.
O Estatuto do Idoso, além de reafirmar direitos básicos de cidadania, trabalha com a noção de discriminação positiva: propõe atendimento preferencial, imediato e individualizado para o idoso em órgãos públicos e privados, preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas específicas; destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas à proteção; criação de formas alternativas de participação, ocupação e convívio com as demais gerações; priorização do atendimento na família, em detrimento do atendimento asilar, salvo situações de exceção.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

EXAME PREVENTIVO DO CÂNCER DE COLO UTERINO.




PAPANICOLAU –EXAME PREVENTIVO DO CÂNCER (CA) DE COLO UTERINO



É o exame que previne o câncer de colo uterino. Deve ser realizado em todas as mulheres com vida sexualmente ativa, pelo menos uma vez ao ano.
.
Consiste na coleta de material do colo uterino para exame em laboratório.
É um exame simples e barato, porém algumas mulheres ainda resistem em realizá-lo por medo ou vergonha.
Se você conhece alguma mulher que ainda não faz esse exame, converse com ela sobre sua importância. Lembre-se que a prevenção é sempre o melhor remédio!

Nos últimos 50 anos a incidência e a mortalidade por câncer de colo uterino vêm diminuindo, graças às novas técnicas de rastreamento do Exame de Papanicolau. Por isso, ele é um dos mais importantes exames para prevenção da saúde da mulher.

É um exame simples, foi criado pelo Dr. George Papanicolau em 1940. O sucesso do teste é porque ele pode detectar doenças que ocorrem no colo do útero antes do desenvolvimento do câncer. O exame não é somente uma maneira de diagnosticar a doença, mas serve principalmente para determinar o risco de uma mulher vir a desenvolver o câncer.

Todas as mulheres que são (ou que tenham sido em algum momento) sexualmente ativas e que tenham colo de útero devem fazer o exame, anualmente. A freqüência de realização do exame será estabelecida depois pelo médico, de acordo com os resultados.

Fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de colo de útero: início precoce da atividade sexual, número elevado de parceiros sexuais, multiparidade (ter tido vários filhos), antecedentes de doença sexualmente transmissível e falta de higiene pessoal.

Ele deve ser realizado, pelo menos, uma semana antes da menstruação. Evitando-se realizar duchas vaginais, colocação de cremes vaginais e relações sexuais três dias antes do exame.
O exame ginecológico completo consiste do exame e palpação das mamas e depois o exame de Papanicolau.
Faz-se exame externo da vulva e depois se introduz um instrumento chamado espéculo pelo canal vaginal para que se possa visualiza-lo e ao colo do útero (parte final do útero, do qual serão recolhidas as células para exame microscópico).
O espéculo é um instrumento também conhecido como “bico de pato”, devido ao seu formato. Ele apresenta três tamanhos diferentes e, será escolhido de acordo com o tamanho de cada paciente, o número de filhos, etc. Virgens também podem realizar o exame e, para elas, existe o virgoscópio, especulo de tamanho especial.
Assim, as células do colo do útero são colhidas por meio de uma espátula (haste de madeira) e de uma escovinha bem pequenina. Essas células são colocadas numa lâmina que é enviada para um laboratório especializado em citopatologia. Também é chamado de citologia oncótica,
Papanicolau, e fora do Brasil é conhecido como Pap Test ou Pap Smear.

O resultado deve ser interpretado pelo médico que deve explica-lo à paciente.
O Papanicolau também serve para determinar outras condições de saúde de seu corpo tais como nível hormonal, doenças da vagina e do colo do útero.
O exame incomoda um pouco. Por isso, é preciso estar relaxada. Quanto mais relaxada, menos incômodo.
Este exame também pode ser feito gratuitamente em qualquer Unidade Básica de Saúde do Sistema Único de Saúde e também em todas as Faculdades de Medicina do Brasil. Procure por um Serviço de Saúde da Mulher.









domingo, 23 de novembro de 2008

Tabagismo


Tabagismo

O fumo é um importante fator de adoecimento, sendo considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma das principais causas de morte evitável no mundo. O Ministério da Saúde, através do Instituto Nacional do Câncer/INCA, tem diversas estratégias para reduzir o tabagismo em nosso país. Uma delas é estimular, através dos profissionais de saúde e da formação de agentes multiplicadores, a conscientização da população em geral sobre os danos causados pelo tabaco.


Epidemiologia: Auto de uma Morte Anunciada

A Organização Mundial da Saúde considera o tabagismo como uma pandemia, pois mata anualmente 3 milhões de indivíduos no mundo, o que vale dizer, que o tabagismo, hoje, mata mais que a soma das mortes por AIDS, cocaína, heroína, álcool, suicídios e acidentes de trânsito. Se medidas efetivas de controle do tabagismo não forem tomadas, em 2020, esse número chegará a 10 milhões de mortes, sendo 70% delas em países em desenvolvimento.


Tabagismo no Brasil

Estima-se que, no Brasil, a cada ano, 80 mil pessoas morram precocemente devido ao tabagismo, número que vem aumentando ano a ano. Em outras palavras, cerca de 8 brasileiros morrem por hora por causa do cigarro. O tabagismo é a principal causa de doença, incapacidade e morte prematura, com a característica de que é evitável.
O percentual de fumantes no Brasil é considerado alto, quando comparado com outros países, principalmente da América Latina.


Doenças Associadas ao Uso do Cigarro
O tabagismo é diretamente responsável por:
· 30% das mortes por câncer - Pulmão, boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga e colo de útero, estômago e fígado;
· 90% das mortes por câncer de pulmão;
· 25% das mortes por doença coronariana - Angina e infarto do miocárdio
· 85% das mortes por doença pulmonar obstrutiva crônica;
· 25% das mortes por doença cerebrovascular.
Outras doenças que também estão relacionadas ao uso do cigarro são:
· Aneurismas arteriais;
· Trombose vascular;
· Úlcera do trato digestivo;
· Infecções respiratórias;
· Impotência sexual no homem.

Mortalidade Feminina por Doença Cerebrovascular
· Os acidentes vasculares cerebrais (AVC) são chamados comumente de derrames cerebrais e resultam de um sangramento dentro do cérebro, levando à paralisia do corpo e, muitas vezes, ao estado de coma e morte. O derrame é mais comum no sexo feminino. Além disso, é duas a três vezes mais comum em fumantes, de ambos os sexos. As estimativas sugerem que 50 a 55% dos AVC sejam atribuídos diretamente ao tabagismo.
· O uso regular da pílula anticoncepcional combinada ao tabagismo aumenta consideravelmente a incidência de AVC e de infarto do miocárdio, provavelmente por atuar pelos mesmos mecanismos (diminuição das taxas de lipoproteínas de alta densidade, favorecendo a aterosclerose).

Recomenda-se que:

Mulheres com menos de 30 anos de idade e que usam pílulas anticoncepcionais devem ser esclarecidas sobre os perigos de fumar.

Mulheres com idade entre 30 e 35 anos, usando pílulas há mais de cinco anos, devem parar de fumar, caso desejem continuar usando anovulatórios;

Mulheres com mais de 35 anos de idade devem modificar o método anticoncepcional, abandonando a pílula, particularmente se são tabagistas.


Risco de Fumar Durante a Gravidez

Fumar durante a gravidez traz sérios riscos. Abortos espontâneos, nascimentos prematuros, bebês de baixo peso, mortes fetais e de recém-nascidos, complicações com a placenta e episódios de hemorragia (sangramento) ocorrem mais freqüentemente quando a mulher grávida fuma. A grávida que fuma tem o dobro de chances de ter um bebê de baixo peso, comparando-se com a grávida que não fuma. Tais agravos são devidos, principalmente, aos efeitos do monóxido de carbono e da nicotina reduzindo a chegada de sangue e oxigênio ao feto, após a absorção pelo organismo materno.


Ritmo Cardíaco Fetal

Um único cigarro fumado por uma gestante é capaz de acelerar, em poucos minutos, os batimentos cardíacos do feto, devido ao efeito da nicotina sobre o seu aparelho cardiovascular. Se a mãe fuma depois que o bebê nasce, ele continua sofrendo os efeitos do cigarro. Durante o aleitamento, ele recebe nicotina através do leite materno, havendo registro de intoxicações atribuíveis à nicotina.
A gestante não-fumante também sofre os efeitos do tabagismo passivo, sendo o feto, neste caso, fumante passivo de segunda linha.


Medidas de Controle

Reduzir a demanda por tabaco, com, por exemplo, a: aplicação de políticas tributárias e de preços; proteção contra a exposição à fumaça do tabaco em ambientes fechados; regulamentação dos conteúdos e emissões dos produtos derivados do tabaco; divulgação de informações relativas a estes produtos; desenvolvimento de programas de educação e conscientização sobre os malefícios do tabagismo; proibição da publicidade, promoção e patrocínio; implementação de programas de tratamento da dependência da nicotina.


Reduzir a oferta por produtos do tabaco, como por exemplo, a: eliminação do contrabando; restrição ao acesso dos jovens ao tabaco; substituição do cultivo de tabaco; restrição ao apoio e aos subsídios relativos à produção e à manufatura de tabaco;


Proteger o meio ambiente;


Incluir as questões de responsabilidade civil e penal nas políticas de controle do tabaco, bem como estabelecimento das bases para a cooperação judicial nessa área;


Promover a cooperação técnica, científica e intercâmbio de informação, com: elaboração de pesquisas nacionais relacionadas ao tabaco e seu impacto sobre a saúde pública; coordenação de programas de pesquisas regionais e internacionais; estabelecimento de programas de vigilância do tabaco; e cooperação nas áreas jurídica, científica e técnica.


Enfermagem em Ação


O tabagismo é um dos principais problemas de saúde pública. Toda e qualquer intervenção no sentido de auxiliar o tabagista a abandonar o tabagismo é válida e deve ser considerada. O tabagismo é um fenômeno mundial mantido por processos que vão desde a fisiologia e condicionamento comportamental, até as políticas internacionais. Os enfermeiros podem e devem estar engajados nessas políticas, utilizando as estratégias possíveis para o combate ao tabagismo de forma interdisciplinar.

Atuação do Enfermeiro
l Promovendo palestras sobre aos riscos causados pelo uso do tabaco;
l Orientar sobre a importância do abandono do vício;
l Ajudar o paciente nos períodos de abstinência durante o abandono do uso do tabaco;
l Orientar sobre a importância da atividade física para reestabelecer o padrão respiratório prejudicado pelo consumo de cigarro.








quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Dengue


Dengue
A dengue é uma doença febril aguda, de etiologia viral e de evolução benigna na forma clássica, e grave quando se apresenta na forma hemorrágica. A dengue é, hoje, a mais importante arbovirose (doença transmitida por artrópodes) que afeta o homem e constitui-se em sério problema de saúde pública no mundo, especialmente nos países tropicais, onde as condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e a proliferação do Aedes aegypti, principal mosquito vetor.

Agente Etiológico
O vírus da dengue é um arbovírus do gênero Flavivírus, pertencente à família Flaviviridae. São conhecidos quatro sorotipos: 1, 2, 3 e 4.

Vetores Hospedeiros

Os vetores são mosquitos do gênero Aedes. Nas Américas, a espécie Aedes aegypti é a responsável pela transmissão da dengue. Outra espécie, Aedes albopictus, embora presente no Brasil, ainda não tem comprovada sua participação na transmissão, embora na Ásia seja um importante vetor.

Modo de Transmissão
A transmissão se faz pela picada do Aedes aegypti, no ciclo homem - Aedes aegypti - homem. Após um repasto de sangue infectado, o mosquito fica apto a transmitir o vírus, depois de 8 a 12 dias de incubação.
A transmissão mecânica também é possível, quando o repasto é interrompido e o mosquito, imediatamente, se alimenta num hospedeiro suscetível próximo. Não há transmissão por contato direto de um doente ou de suas secreções com uma pessoa sadia, nem de fontes de água ou alimento.

Período de Incubação
Varia de 3 a 15 dias, sendo, em média, de 5 a 6 dias.

Período de Transmissibilidade
A transmissão ocorre enquanto houver presença de vírus no sangue do homem (período de viremia). Este período começa um dia antes do aparecimento da febre e vai até o 6º dia da doença.

A apresentação clínica da doença pode ser dividida em três grupos principais:
A) Dengue clássicaa) nos adultosA primeira manifestação é a febre, geralmente alta (39º a 40º), de início abrupto, associada à dor de cabeça, prostração, dores musculares, nas juntas, atrás dos olhos e exantema (vermelhidão no corpo) que pode ser acompanhado de prurido.Num período de 3 a 7 dias, a temperatura começa a cair e os sintomas geralmente regridem, mas pode persistir um quadro de astenia durante algumas semanas.
b) Nas crianças geralmente se inicia com febre alta acompanhada de sintomas inespecíficos: apatia, sonolência, recusa da alimentação, vômitos e diarréia. O exantema pode estar presente ou não. Nos menores de 2 anos, as dores podem manifestar-se por choro intermitente, irritabilidade, apatia e recusa de líquidos, que pode agravar a desidratação.
É exatamente no final do período febril que eventualmente surgem manifestações hemorrágicas: sangramento nasal, gengival, vaginal, rompimento dos vasos superficiais da pele (petéquias e hematomas), além de outros. Em casos mais raros, podem ocorrer sangramentos profusos no aparelho digestivo e nas vias urinárias.Nas crianças, também, as formas graves se manifestam depois do terceiro dia, quando a febre começa a ceder. Nos menores de 5 anos, o início da doença pode ser frustro, passar despercebido, e o quadro grave instalar-se como primeira manifestação reconhecível.
B) Febre hemorrágica da dengue (FHD) As manifestações iniciais são as mesmas da forma clássica, até que ocorra remissão da febre, entre o terceiro e o sétimo dia, quando aparecem as manifestações hemorrágicas (espontâneas ou provocadas). O hemograma mostra que as plaquetas caem para menos de 100 mil/milímetro cúbico) e a pressão arterial pode baixar.

Diagnóstico
Suspeitar de dengue em todo caso de doença febril aguda com duração máxima de 7 dias, acompanhada de dois dos seguintes sintomas, associados ou não a hemorragias:
dor de cabeça;
dor atrás dos olhos;
dores musculares;
dores nas juntas;
prostração;
vermelhidão no corpo.
Confirmação laboratorial de dengue
Existem dois tipos de exame para o diagnóstico de certeza da dengue: 1) Sorologia: é o exame mais simples; detecta a presença de anticorpos contra o vírus. O exame se torna positivo depois do sexto dia do início dos sintomas;
2)Prova do laço A prova do laço é obrigatória. Está indicada em todos os casos com suspeita de dengue.Procedimento:
Desenhar com uma esferográfica um quadrado de 2,5 cm de lado no antebraço do paciente;Insuflar no manguito até o valor médio (no caso, até 10) e mantê-lo insuflado por 5 minutos (em crianças, 3 minutos), ou até o aparecimento de pequenos pontos de sangramento sob a pele (petéquias);Contar o número de petéquias no interior do quadrado;A prova será positiva se surgirem mais do que 20 petéquias no adulto ou dez petéquias nas crianças.

Tratamento
Dengue clássica:não há tratamento específico. A medicação é apenas sintomática,com analgésicos e antitérmicos (paracetamol e dipirona). Devem ser evitados os salicilatos e os antiinflamatórios não hormonais,
já que seu uso pode favorecer o aparecimento de manifestações
hemorrágicas e acidose. O paciente deve ser orientadoa permanecer em repouso e iniciar hidratação oral.Febre Hemorrágica da Dengue - FHD:
os pacientes devem ser observados cuidadosamente para
identificação dos primeiros sinais de choque. O período crítico
será durante a transição da fase febril para a afebril, que geralmente
ocorre após o terceiro dia da doença. Em casos menos graves,
quando os vômitos ameaçarem causar desidratação ou acidose,
ou houver sinais de hemoconcentração, a reidratação pode ser
feita em nível ambulatorial.Aos primeiros sinais de choque, o paciente deve ser internado imediatamente para correção rápida de volume de líquidos perdidos e da acidose. Durante uma administração rápida de fluidos é particularmente
importante estar atento a sinais de insuficiência cardíaca.

Medidas de Controle
A notificação dos casos suspeitos por ser uma doença compulsória, todo caso
suspeito deve ser comunicado, pela via mais rápida, ao Serviço de Vigilância Epidemiológica mais próximo.A investigação do local provável de infecção, bem como a busca ativa de casos são medidas importantes. A única garantia para que não exista a dengue é a ausência do vetor. A OMS preconiza que há maior probabilidade de ser deflagrada uma epidemia quando os índices de infestação predial (número de imóveis com focos positivos de Aedes aegypti sobre o total de imóveis inspecionados vezes 100) estão acima de 5%. No entanto, não existe nível "limite" abaixo do qual se possa ter certeza de que não ocorrerão surtos de dengue.Em áreas com Aedes, o monitoramento do vetor deve ser realizado constantemente, para conhecer as áreas infestadas e desencadear as medidas de combate. Entre as medidas de combate constam:
•manejo ambiental:
Mudanças no meio ambiente que impeçam ou minimizem a propagação do vetor, evitando ou destruindo os criadouros potenciais do Aedes;
•controle químico:
Consiste em tratamento focal (elimina larvas), peri-focal (em pontos estratégicos de difícil acesso) e por ultra baixo volume - “fumacê” (eliminaalados).Este último deve ter uso restrito em epidemias, como forma complementar de interromper a transmissão de dengue, ou quando houver infestação predial acima de 5% em áreas com circulação comprovada de vírus.

ATRIBUIÇÕES DE ENFERMAGEM
Capacitação e treinamento dos agentes comunitários.
Realizações de palestras para a comunidade.
Mobilização da comunidade
Planejamento de atividades educativas para prevenção e controle da dengue.

Políticas públicas utilizada no controle da dengue e/ou agravo.
O controle e combate à dengue tem que se dar nas três esferas de governo: federal, estadual e municipal.Pois depende de atividades programáticas de combate químico e mecânicas realizadas por órgãos governamentais, de investimentos substanciais de saneamento ambiental e da participação das comunidades através de mudanças comportamentais. A implementação destas medidas tem representado um desafio.

· Responsabilidade governamental (planejamento).
· Responsabilidade social (cidadão).

Incidência da dengue na Brasil /Bahia /Salvador
Apesar da epidemia que atinge o Estado do Rio, a incidência de dengue diminuiu em 2008 no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. De acordo com os dados da Secretaria de Vigilância Sanitária, foram 98.787 casos entre janeiro e fevereiro, contra 120.570 no mesmo período de 2007. O número representa uma redução de 27%.
Até a 9ª semana de 2008 foram notificados 120.570 casos da dengue hemorrágica, dos quais 647 foram confirmados e 48 resultaram em morte. Durante todo o ano passado, foram registrados 559.954 casos da doença, com 158 mortes.
A queda, no entanto, não foi homogênea nas cinco regiões do Brasil. O Centro-Oeste e o Sul tiveram diminuição de 79,06% e 56,88% respectivamente. A região Norte teve o maior aumento da dengue, com um acréscimo de 52,82%, apesar de ter o segundo menor número de casos absolutos.
Rio de Janeiro tem um novo caso de dengue a cada minuto. Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde. Em apenas um dia foram confirmados 2.053 casos confirmados de dengue na cidade - uma média de 1,4 caso por minuto.
O número oficial de mortos no Estado até esta sexta-feira é de 47. Na capital, foram 29 óbitos. A situação é a pior vivida desde 2002, quando a epidemia de dengue matou cerca de 90 pessoas no Estado, 54 delas na capital.
Nos três primeiros meses de 2008, o número de casos de dengue na Bahia dobrou em relação ao ano passado. Até final de março, segundo a Secretaria Estadual da Saúde, foram registrados 8.343 casos no Estado, número bastante superior ao verificado no mesmo período de 2007, quando foram registradas 3.263 notificações.
Em Salvador, os números apresentaram redução. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, foram registrados 178 casos nos primeiros meses de 2008, contra 497 verificados em 2007. "Esses números não correspondem à realidade", avalia a coordenadora de doenças de transmissão vetorial da Secretaria Estadual da Saúde, Jesuína Castro.

July.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Anomalias Hematológicas



APRESENTAÇÃO:
Este estudo tem como finalidade apresentar as anomalias hematológicas dando ênfase à incompatibilidade ABO e Rh e anemias hemolíticas, abordando a fisiopatologia, as manifestações clínicas e os cuidados de enfermagem dentro e fora do ambiente hospitalar. Sua realização foi de fundamental interesse para saber como a enfermagem pode identificar, intervir e proceder em situações de anomalias hematológicas. Salientando a necessidade de um diagnóstico precoce e preciso, colaborando para nossa formação acadêmica.

INTRODUÇÃO
A presença de anemia ao nascimento ou a que aparece durante as primeiras semanas de vida podem ser classificadas em três grupos principais: Por perda de sangue; Por hemólise; Por subprodução de eritrócitos.

De acordo com LORENZI (2006):

Ao ocorrer o encurtamento dos eritrócitos no sangue, a medula óssea procura suprir a perda das células maduras circulantes, passando a trabalhar em ritmo acelerado. O número dos precursores eritroblásticos aumenta significativamente, alcançando níveis de 5,8 ou mais vezes do número normal mantendo a função medular preservada.

Quando a hiperprodução medular não consegue equilibrar o ritmo de destruição, surgem os sintomas de anemia. Na tentativa de suprir a perda de eritrócitos destruídos, a medula óssea pode vir à falência, caracterizando-se a crise aplástica de uma anemia hemolítica.
A anemia hemolítica é muito comum no período neonatal, estando quase sempre associada à elevação dos níveis séricos de bilirrubina. Pode ser detectada logo na primeira semana de vida durante a investigação de icterícia.

Segundo LORENZI (2006):

Os eritrócitos maduros são desprovidos de núcleos, sendo, portanto, incapazes de sintetizar proteínas, inclusive as enzimas. Apenas os reticulócitos têm pequena atividade de síntese, podendo formar cadeias de globina e incorporar ferro na hemoglobina. Alterações na membrana eritrocitária, da composição enzimática e da estrutura hemoglobínica dos eritrócitos são causas de excesso de hemólise que se traduzem nos vários tipos de anemias hemolíticas.

A Doença Hemolítica do Recém-Nascido (DHRN) ocorre quando há incompatibilidade entre a mãe e o feto com relação a grupos sanguíneos. Há dois tipos principais de DHRN: Um é devido à incompatibilidade quanto ao sistema Rh (a mãe é Rh negativa e o feto, Rh positivo), o outro decorre da incompatibilidade quanto ao sistema ABO (quando a mãe é do grupo sanguíneo O e o feto é do grupo A ou B). A maioria dos casos reconhecidos clinicamente (90%) é devida à incompatibilidade Rh.

REVISÃO DE LITERATURA

• ANEMIA FALCIFORME

A anemia falciforme é uma anemia hemolítica grave que resulta da herança do gene da hemoglobina falciforme. Esse gene faz com que a molécula de hemoglobina seja defeituosa, adquirindo uma formação semelhante a um cristal quando exposta a baixa pressão de oxigênio. O nível de oxigênio no sangue venoso pode estar suficientemente baixo para gerar essa alteração; por conseguinte, o eritrócito de HbS perde sua forma de disco bicôncavo, arredondado, muito maleável e assume o formato falciforme, rígido e deformado. Esses eritrócitos longos e rígidos podem aderir ao endotélio de pequenos vasos; quando eles se empilham, o fluxo sanguíneo para uma região ou órgão pode ficar reduzido. O processo de afoiçamento leva tempo. Quando o eritrócito é novamente exposto às quantidades adequadas de oxigênio antes que a membrana fique muito rígida, ele pode reverter para a forma normal. Por esse motivo, as “crises falcêmicas” são intermitentes. O frio pode agravar o processo de afoiçamento, porque a vasoconstricção lentifica o fluxo sanguíneo. A liberação de oxigênio também pode ser comprometida por uma viscosidade sanguínea aumentada. (BRUNNER 2005)
A anemia falciforme constitui a forma mais grave da doença falciforme. Seus sintomas clínicos são: Hemólise, anemia, aumento dos ossos da face e do crânio, cardiomegalia, taquicardia, icterícia, trombose, insuficiência renal, hipertensão pulmonar, necrose isquêmica, acidente vascular cerebral, pneumonia, etc.
O diagnóstico é realizado através da eletroforese de hemoglobina.

• ANEMIA DE COOLEY OU β-TALASSEMIA

O termo talassemia derivada da palavra grega thalassa, que significa “mar”, caracterizado por deficiência na taxa de produção de cadeias específicas de globina na hemoglobina. A denominação refere-se aos descendentes ou pessoas que vivem próximas ao mar Mediterrâneo, que apresentam a maior incidência da doença, isto é, italianos, gregos e sírios. Há evidências sugerindo que a elevada incidência decorre da vantagem seletiva do caráter para malária. A β-talassemia é a mais comum das talassemias e ocorre em três formas: Talassemia minor; Talassemia intermediária e Talassemia major (também conhecida como anemia de Cooley, que resulta em anemia grave). (WONG 1999)
Seu diagnóstico é reconhecido na segunda metade da lactância. Os efeitos clínicos da talassemia são: A síntese defeituosa da hemoglobina A; Aos eritrócitos estruturalmente comprometidos; A redução do tempo de sobrevida dos eritrócitos; Baixos níveis de Hb e Hct.
A eletroforese da hemoglobina confirma o diagnóstico e as radiografias dos ossos afetados revelam os achados característicos.
As manifestações clínicas mais comuns são: Febre inexplicável; Alimentação deficiente; Esplenomegalia; Cefaléia; Sinais de hipóxia crônica; Maturação sexual tardia; Apatia; Anorexia; Cabeça aumentada, dentre outros.

• INCOMPATIBILIDADE POR ABO

A doença hemolítica por ABO resulta da ação de anticorpos anti-A ou anti-B maternos sobre os eritrócitos fetais do grupo sanguíneo correspondente. São encontrados anticorpos anti-A e anti-B nas frações IgA, IgM, IgG do plasma. Porem, apenas os anticorpos IgG estão aumentados, atravessam a placenta e são responsáveis pela produção da doença. No entanto não se sabe por que algumas mulheres desenvolvem títulos elevados de anti-A ou anti-B. Existe um menor número de sítios antigênicos A ou B nos eritrócitos neonatais, explicando a reação mais fraca no teste de Coombs em recém nascido com doença hemolítica por ABO. Os eritrócitos do grupo A adultos, quando transfundidos no neonato com anticorpos anti-A adquiridos da mãe, são rapidamente destruídos e podem produzir hemólise intravascular grave. Por essa razão, são utilizados eritrócitos do grupo O para suporte transfuncional de neonatos com doença hemolítica do recém nascido grave por incompatibilidade ABO.
O diagnóstico é feito através de exclusão de outras causas de hiperbilirrubinemia, investiga-se tipo sanguíneo do recém nascido, sendo A ou B de uma mãe do grupo O. É confirmado pelo achado de um número aumentado de esferócitos e reticulócitos, que são mais bem detectados pelo exame da forma tridimensional de eritrócitos. Todavia o teste de Coombs e de eluição não são específicos para a doença hemolítica por ABO, visto que esses testes freqüentemente fornecem resultados positivos em recém nascidos que não apresentam a doença.
Seguintes testes e achados: Hiperbilirrubinemia indireta (não-conjugada); Icterícia nas primeiras 24 horas de vida; Recém nascido do grupo A ou B de mãe do grupo O; Número aumentado de esferócitos sanguíneos; Aumento na produção de eritrócitos, evidenciado por reticulocitose e concentração de carboxiemoglobina elevada; Presença de IgG anti-A ou anti-B no plasma ou soro do cordão umbilical.
A incidência da doença hemolítica grave é baixa, sendo mais comum em neonatos afro-descendentes. (MACDONALD 2007)


• INCOMPATIBILIDADE POR RH

A gravidade da doença hemolítica por incompatibilidade por Rh varia de um recém-nascido para o outro, sendo mais freqüente em gestações complicadas devido toxemia, cesárea ou remoção manual da placenta.
Mães Rh negativas produzem anticorpos IgG específicos para o antígeno do grupo sanguíneo Rh, expresso nos eritrócitos do seu feto quando expostas à hemácias fetais Rh positivas, portadoras do antígeno Rh herdado do pai.
Os anticorpos IgG maternos são normalmente transportados através da placenta para o feto, onde protegem o recém-nascido contra infecções. Entretanto, os anticorpos IgG anti-Rh cobrem as hemácias fetais que serão destruídas no fígado, causando uma anemia hemolítica no feto e no recém-nascido.
Na presença de níveis muito elevados de anticorpos, a célula pode ser destruída por hemólise intravascular e seqüestro esplênico.
Antes do nascimento, o principal perigo da destruição excessiva dos eritrócitos é a anemia profunda. Depois do nascimento, o neonato está primariamente sujeito a riscos dos produtos tóxicos da degradação dos eritrócitos, como a bilirrubina. A demanda acelerada de eritrócitos resulta em eritropoese ativa em locais não-medulares, como o fígado, o baço e os pulmões.
Em neonatos com grave incompatibilidade em Rh, o fígado e o pâncreas exibem alterações patológicas. Pode-se observar hiperplasia das células da ilhota no pâncreas, e pode ocorrer necrose celular focal com colestase hepática.
Na gestação, seu diagnóstico é dado através do teste de Coombs indireto, que detecta os anticorpos anti- Rh não aglutinante no soro materno, possibilitando a prevenção da doença. Também pode ser empregado para detectar anticorpos contra drogas que se ligam aos eritrócitos e causam anemia hemolítica.
O grau da doença hemolítica tende a ser mais grave nas gestações subseqüentes do que na primeira em que ocorreu sensibilização.
Os principais sinais da DHRN são icterícia, palidez, hepatoesplenomegalia resultante da eritropoese extramedular. Em geral a icterícia torna-se evidente nas primeiras 24 horas de vida, freqüentemente dentro das primeiras 4 a 5 horas, tornando-se máxima em torno do terceiro ou quarto dia.
A prevenção é realizada através da administração da imunoglobulina anti-D, que neutraliza o antígeno D presente nas hemácias fetais Rh positivas, impedindo assim, a produção de anticorpos anti-D. A imunoglobulina anti-D deve ser feita no pós aborto espontâneo ou terapêutico; na pós gravidez ectópica; durante o pré-natal na 28ª/29ª semana de gestação; até 72 horas após o parto, se o recém-nascido for Rh positivo. (MACDONALD 2007)

• DOENÇA HEMOLÍTICA ALOIMUNE

A DHRN em conseqüência de aloimunização da mãe é causada pela passagem de eritrócitos fetais para a circulação materna, onde estimulam a produção de anticorpos.
Os anticorpos IgG retornam á circulação fetal, onde fixam-se na superfície eritrocitária causando uma rápida remoção pelo sistema reticuloendotelial fetal.
Segundo MACDONALD (2007):

A incidência e as manifestações clínicas da aloimunização dependem do tipo de incompatibilidade de grupos sanguíneos entre a mãe e o feto.

ATENÇÃO DE ENFERMAGEM AOS PORTADORES DE ANOMALIAS HEMATOLÓGICAS
A assistência de enfermagem deve ser individualizada e direcionada para cada caso específico, considerando as peculiaridades do paciente. Os principais cuidados são: Esclarecer o paciente e família sobre a doença; Ajudar a criança a enfrentar os tratamentos que provocam ansiedade e os efeitos da doença; Estimular a adaptação dos pais e da criança a uma doença crônica; Explicar aos pais e as crianças de mais idade sobre os defeitos responsáveis pelos distúrbios; Aconselhamento genético aos pais e filhos férteis; Respeitar, não minimizar e tratar a dor; Monitorar o paciente quanto aos sinais e sintomas de infecção; Fornecer o suporte durante as crises falcêmicas; Monitorar sinais vitais; Realizar exame físico céfalo-caudal; Observar coloração das mucosas; Observar coloração e turgor da pele, verificando sinais de icterícia e uso de fototerapia se necessário, posicionar para aperfeiçoar as trocas gasosas; Monitorar os sinais de intolerância à nutrição parenteral total, especialmente proteína e glicose; Usar medidas não farmacológicas contra a dor; Adaptar o paciente e familiares às diferenças de crescimento e desenvolvimento que possam ocorrer, em especial o retardo no crescimento e no desenvolvimento sexual; Supervisionar uso de fototerapia hospitalar e orientar a genitora e familiares sobre a fototerapia domiciliar. Monitorar o crescimento e desenvolvimento; Introduzir familiares em programas educativos sobre fisiopatologia, conseqüências e limitações decorrentes da doença, alternativas terapêuticas, padrão de hidratação e alimentação desejável e expectativas de crescimento e desenvolvimento; Estratégias de convivência familiar reduzindo superproteção e estimulando independência da criança.

CONCLUSÃO

Este estudo foi de grande importância, visto que a doença hemolítica é dividida em várias patologias, deficiências e incompatibilidades, sendo todas doenças de ordem genética e de fundamental importância para a saúde da criança, pois os hematócitos são de grande necessidade para um bom funcionamento dos órgãos do corpo humano e das funções vitais do indivíduo. Consideramos também, que o atendimento básico do paciente requer profissionais capacitados e que, em determinadas situações, será necessário o acesso aos centros de referência onde profissionais com conhecimento amplo sobre a doença e as complicações possam auxiliar nesse atendimento. Desta forma teremos diminuição da morbi-mortalidade da população afetada, proporcionando uma melhor qualidade de vida.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Síndrome de Down



Introdução
A Síndrome de Down (S.D.) é a síndrome genética de maior incidência e tem como principal conseqüência à deficiência mental.

• A incidência da S.D. em nascidos vivos é de 1 para cada 600/800 nascimentos, tendo uma média de 8.000 novos casos por ano no Brasil.

• A grande incidência dessa patologia , dentre as demais, fortalece a necessidade de um atendimento específico e bem estruturado.

Objetivo
Este estudo tem como objetivo identificar as dificuldades no manejo do aleitamento materno pelas mães de crianças portadoras da Síndrome de Down, enfatizando a atuação do profissional de enfermagem nesse contexto.

Metodologia
Trata-se de uma revisão bibliográfica realizada nos bancos de dados do SCIELO e BIREME por meio de um levantamento retrospectivo de artigos científicos publicados nos últimos dez anos ( 1999 a 2008).

Revisão Bibliográfica
A Síndrome de Down ou trissomia do cromossomo 21 é uma síndrome genética causada pela presença de um cromossomo 21 extra, que pose ser total ou parcial.

• Embora as crianças com trissomia do 21 sejam nascidas de pais de todas as idades, há um risco estatisticamente maior em mulheres mais velhas, particularmente aquelas com mais de 35 anos de idade.

• Devido a essa trissomia, as crianças com Síndrome de Down apresentam características físicas específicas.

• Muitas destas crianças apresentam também, malformações cardíacas congênitas, problemas respiratórios,visuais,auditivos e da tireóide, hipotonia muscular que leva a uma dificuldade de sucção acarretando em problemas no aleitamento materno, como o desmame precoce.

• O aleitamento materno de bebês com Síndrome de Down é um importante recurso para a estimulação precoce da musculatura bucal e facial. Além de todos os fatores de proteção que o leite materno confere.

• A desinformação, a insegurança e o estado emocional, presentes nas mães destas crianças, são, na maioria das vezes, os principais motivos pelos quais ocorre o desmame precoce ou o não aleitamento.

• De acordo com os artigos estudados todas as mães tentaram amamentar seus filhos, o que vem corroborar o estudo de Oliveira Filho et al. (1986), que evidenciam uma predisposição natural das mães para amamentar.

• Das mães que fizeram parte deste estudo, poucas conseguiram amamentar seus filhos sem qualquer dificuldade, de uma forma espontânea e natural, inclusive por um período de tempo prolongado.


• Vários fatores contribuíram para a realização ou não do aleitamento. De acordo com os dados dessa pesquisa, a forma como foi transmitida a notícia do nascimento de um filho com Síndrome de Down foi um fator importantíssimo para a concretização ou não da amamentação.

• Esse fato foi decisivo também, na relação da mãe com o profissional de saúde - geralmente o pediatra - e conseqüentemente na orientação e estímulo para o aleitamento.

Assistência de Enfermagem
O profissional de enfermagem, deve incentivar e orientar o aleitamento materno na Síndrome de Down, no intuito de oferecer a estas crianças condições de uma nutrição saudável e adequada.

• Além de dar ás mães, a informação e o apoio necessário, proporcionando-lhes assim segurança, o que irá facilitar a descoberta do prazer de amamentar o seu filho.

• Os profissionais de enfermagem são responsáveis também por:
- Oferecer informações corretas sobre a Síndrome de Down;
- Não tratar as pessoas com Síndrome de Down como se fossem “doentes”;
- Prestar cuidados adequados às dificuldades que as crianças com SD venham a ter;
- Orientar as mães que já tiveram filhos com SD, da possibilidade de outro filho com
SD.

Considerações Finais
Através da revisão bibliografia, fica evidente a necessidade da formação de profissionais humanos, com sensibilidade para entender o sofrimento e a frustração que envolvem o nascimento de um bebê com Síndrome de Down, e com capacidade e competência para agir de forma adequada, tanto na transmissão dessa notícia como na orientação e apoio no momento da lactação.

Referências Bibliográficas
• 1. COUTO, Thais Helena Andrade Machado; TACHIBANA, Miriam e AIELLO-VAISBERG, Tania Maria José. A mãe, o filho e a síndrome de Down. Paidéia (Ribeirão Preto), maio/ago. 2007, vol.17, no.37, p.265-272. ISSN 0103-863X.
• 2. SUNELAITIS, Regina Cátia; ARRUDA, Débora Cristina e MARCOM, Sonia Silva. A repercussão de um diagnóstico de síndrome de Down no cotidiano familiar: perspectiva da mãe. Acta paul. enferm., jul./set. 2007, vol.20, no.3, p.264-271. ISSN 0103-2100.
• 3. SANTOS, Rosângela da Silva e Dias, Ieda Maria Vargas. Refletindo sobre malformação congênita. Ver. Brás. Enferm., Set./Out. 2005, vol.58, no.5 p.592-596. ISSN 0034-7167.
• 5.ESCOBAR, A M de U.; et AL. Aleitamento materno e condições socioeconômicas: fatores que levam ao desmame precoce. Rev. Brás. Saúde materna. Infant:; Recife, v.2, n.3, 2002
• 6. AMORIM, Suely Teresinha Schmidt Passos de; MOREIRA, Herivelto e CARRARO, Telma Elisa. Amamentação em crianças com síndrome de Down: a percepção das mães sobre a atuação dos profïssionais de saúde. Rev. Nutr., jan./abr. 1999, vol.12, no.1, p.91-101. ISSN 1415-5273.



domingo, 16 de novembro de 2008

Leucemias



Leucemias
O que são?
Neoplasias malignas do sangue que se originam na medula óssea, caracterizada pela proliferação excessiva de células imaturas e sem função, tendo causa desconhecida.
Classificação:
Dividem-se clinicamente e patologicamente nas formas agudas e crônicas e se classificam de acordo com o tipo de célula que acometem.
· Leucemia Linfóide --> Acomete os linfócitos
· Leucemia Mielóide -->
Acomete os blastos

Ø Leucemia Linfóide Aguda (LLA)

Ø Leucemia Linfóide Crônica (LLC)

Ø Leucemia Mielóide Aguda (LMA)

Ø Leucemia Mielóide Crônica (LMC)

Fisiopatologia:

As condições patológicas e as manifestações clínicas resultantes são causadas por infiltração e substituição de qualquer tecido do organismo pelas células leucêmicas.

ORGÃO E TECIDOS --> CONSEQUÊNCIAS

Disfunção da medula óssea --> Redução das hemácias
--> Neutropenia
--> Diminuição da contagem plaquetária
--> Invasão da medula óssea
--> Invasão do periósteo


Fígado, baço, linfonodos --> Infiltração, aumento, fibrose subseqüente.

Hipermetabolismo --> Privação celular de nutrientes pelas células invasoras

Sistema nervoso central: meninges --> Aumento da pressão intracraniana

--> Aumento ventricular

--> Irritação das meninges.


Manifestações Clínicas / Sintomas:
LMA

Ø Febre e infecção à Neutropenia
Ø Tendências hemorrágicas à Trombocitopenia
Ø Fraqueza e fadiga à Anemia
Ø Aumento do fígado / baço
Ø Hiperplasia das gengivas
Ø Dor óssea



LMC


Ø Falta de ar / confusão à Perfusão capilar diminuída para pulmões e cérebro conseqüente a leucoestase.
Ø Podem apresentam também: anorexia, indisposição e perda de peso.


LLA

Ø Fígado ou baço aumentado à São mais comuns na LLA.

Ø Dor óssea

Ø Cefaléia e vômitos à envolvimento meníngeo.
Ocorre como alterações intensas na gengiva, que apresenta hemorragias espontâneas, ulceração e necrose.


LLC

Ø Aumento dos linfonodos, o baço também pode estar aumentado.
Ø Podem desenvolver febres, sudorese intensa e perda de peso não intencional.
Ø Infecções são comuns à Deficiência nos sistema imune.


Diagnóstico:
Ø Hemograma

Ø Mielograma

Ø Biópsia

Ø Citogenética

Ø RX

Tratamento:
O objetivo global do tratamento consiste em alcançar a remissão completa, na qual não há evidência detectável de leucemia residual restante na medula óssea.

Ø Quimioterapia

Ø Radioterapia

Ø TMO

Ø Terapia de apoio

Assistência de Enfermagem:
Ø Assistência pré, trans e pós operatória
Ø Assistência na administração da Quimioterapia
Ø Assistência na Radioterapia
Ø Aliviar e Tratar dor
Ø Assistência nas intercorrências (náusea, vômitos, lesão na pele, infecções, sangramento e alopecia).
Ø Orientação e apoio ao cliente e família


A Essência do Cuidar:
É de fundamental importância à participação do enfermeiro junto ao cliente com leucemia e seus familiares, pois essa patologia requer extrema atenção pela equipe, o enfermeiro deve no exercício de suas funções dar coragem e ânimo à família e aos pacientes para que juntos consigam promover uma boa qualidade de vida e uma melhor adesão ao tratamento.


July.




sábado, 15 de novembro de 2008

Para entendermos um pouco mais a adolescência.



A adolescência é uma das fases do processo evolutivo do ser humano caracterizada por ricas transformações, em todos os sentidos, quer físicas, quer psíquicas, quer sociais. É o início das manifestações da sexualidade com genitalidade, além de constitui-se um período crucial do despertar para o uso de substâncias psicoativas, sedo elas lícitas ou ilícitas, seja como mera experimentação, ou como consumo ocasional/social, indevido ou abusivo.
O objetivo deste texto será o de conhecermos um pouco do desenvolvimento da sexualidade e do uso / abuso de substâncias psicoativas no período da adolescência.
Antes de Freud, só se pensava que a sexualidade aflorava na puberdade. Porém Freud demonstrou que toda criança é um ser sexuado, e que essa sexualidade assim como a criança atravessa fases até atingir a adulta.
A criança recém-nascida tem a sexualidade intimamente ligada ao instinto de conservação. Ao sugar o leite materno ela tanto sacia a fome como sente bastante prazer.
Entre o 1º e o 3º ano de vida, o simples ato de expulsar e reter as fezes no ânus é outra forma da criança sentir prazer. Inclusive, segundo a maioria dos especialistas no assunto, durante os três primeiros anos de vida, a criança estabelece a identidade sexual, ou seja, o sentimento de pertencer a um ou outro sexo.
Entre os três e os seis anos, a atenção da criança dirige-se para os genitais. Ela descobre as diferenças entre os sexos, entre seu corpo e o corpo dos pais e demonstra curiosidades sobre a origem e a razão dessas diferenças. São também bastante comuns aqui nessa fase as perguntas sobre o nascimento dos bebês. A criança demonstra preferência pelo genitor do sexo oposto ao seu, aparecem também os ciúmes e rivalidades.
Dois acontecimentos específicos marcam o início da puberdade: nos meninos, a primeira ejaculação, ou polução; nas meninas, a menstruação, e, com as transformações que começam a ocorrer no corpo, tornam-se experiências que provocam intensas emoções, muitas vezes carregadas de angústia e culpa. Mas, ao mesmo tempo, tudo isso é muito desejado e motivo de orgulho, porque são marcos que indicam a saída da infância.
No início da adolescência, na puberdade, por volta dos onze, doze anos, a sexualidade é auto-erótica, ou seja, o jovem está mais voltado para si mesmo, para o seu corpo. E o que prevalece aqui é a masturbação, que não vem acompanhada, necessariamente, de fantasias com um objeto sexual. É uma atividade importante porque proporciona um conhecimento do corpo e das sensações que provêm dele e é também um ensaio para a futura sexualidade heterossexual. Além disso, pode ser usada como descarga de impulsos agressivos e válvula de escape para situações de tensão, frustração e conflito, possibilitando, assim, uma compensação ao sofrimento.
Mesmo em condições mais liberais, o adolescente poderá sentir-se culpado com a prática masturbatória, pois em nossa cultura ela ainda está associada a pecado, a sujeira e a diversos mitos. Mas a masturbação, nessa fase, faz parte do desenvolvimento normal.
São freqüentes as paixões platônicas, sentimentos que são experimentados mais internamente do que na prática.
Se existe uma atividade sexual esta é acompanhada, muitas vezes, de ejaculação precoce e uma confusão na forma de lidar com as relações. Em geral, os meninos, assim que conseguem realizar um ato sexual, tendem a espalhar a notícia, numa necessidade exibicionista, seguida de desprezo à parceira. Isso também é próprio de uma cultura que valoriza o machismo e fecha as possibilidades para uma imagem mais integrada e menos consumista do ser humano. Às meninas resta, muitas vezes, renderem-se a essa situação por falta de condições diferentes.
Com a intensa excitação, sintomas como medos e fobias podem aparecer. A esses fatores psíquicos juntam-se outros, de ordem sócio-cultural: a baixa estimulação oferecida às crianças e jovens para o seu desenvolvimento pessoal e social, a exposição ao autoritarismo e mesmo à violência dos adultos, as reduzidas oportunidades de participação social e de exercício da cidadania. Então, a necessidade de experimentar e explorar o mundo e transgredir normas faz das drogas um caminho atraente para o adolescente.
Como citado acima, várias são as motivações para o uso de drogas pelo adolescente: fuga de problemas; dificuldades pessoais; perdas significativas; frustrações; curiosidade; pressão do grupo; busca do prazer; desejo de ir além dos limites humanos; busca do transcendente; oposição a ordem; transgressão; timidez; falta de autoconfiança. Muitos destes motivos, com relativa freqüência, podem estar associados, o que dificulta a identificação de sua verdadeira causa.
Todas as drogas, em maior ou em menor grau, põem em risco a integridade psicofísica do adolescente, podem expô-lo a acidentes, violências e confronto com a lei.
O risco não é apenas para aqueles que se tornam dependentes, mas também para quem faz uso recreativo ou eventual de drogas. Quem está bêbado ou sob o efeito de substâncias psicoativas estimulantes dificilmente terá condições de lembra-se de usar ou exigir do parceiro (a) a camisinha na relação sexual. Qualquer alteração no estado de consciência, por mais momentânea que seja, reforça a sensação do “comigo não vai acontecer”, dispensando preocupação com a prevenção das DST/AIDS, de acidentes, de transgressões e outras situações que impliquem risco para si e para os outros.
No que se refere à sexualidade, uma das questões mais comuns entre os adolescentes relaciona-se ao efeito da droga sobre o desempenho sexual. Tanto o sexo quanto as drogas estão associados ao prazer e à libertação das repressões. Por isso, muitos adolescentes buscam a droga para vencer a timidez e aumentar o prazer sexual.
Não podemos tapar o sol com peneira, não há lugar para complacência, a falta de sensibilização das autoridades e conseqüentemente dos responsáveis, faz o uso de drogas "tradicionais" (isto é, de adultos), sobretudo o álcool, ter aumentado nos últimos anos, mais notavelmente entre os adolescentes mais jovens.
Não rotular, não discriminar e não acusar são condições fundamentais da prevenção educativa quando nos referimos a sexualidade e uso de drogas na adolescência.


"A bondade é o princípio do tato, e o respeito pelos outros é a primeira condição para saber viver."


July.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Medicina Preventiva



MEDICINA PREVENTIVA / ORTOMOLECULAR /NUTROLOGIA

APRENDA MAIS UMA!

A fruta é o mais perfeito alimento, gasta uma quantidade mínima de energia para ser digerida e dá ao seu corpo o máximo em retorno.
O único alimento que faz seu cérebro trabalhar é glicose.
A fruta e principalmente frutose (que pode ser transformada com facilidade em glicose), é na maioria das vezes 90-95 % de água. Isso significa que ela está limpando e alimentando ao mesmo tempo.
O único problema com as frutas é que a maioria das pessoas não sabe como comê-las de forma a permitir que o corpo use efetivamente seus nutrientes. Deve-se comer frutas sempre com o estomago vazio. Por quê?
A razão é que as frutas não são, em princípio, digeridas no estomago: são digeridas no intestino delgado.
As frutas passam rapidamente pelo estomago, dali indo para o intestino, onde liberam seus açúcares. Mas se houver carne, batatas ou amidos no estomago, as frutas ficam presas lá e começam a fermentar.
Você já comeu alguma fruta de sobremesa, após uma lauta refeição, e passou o resto da noite arrotando aquele desconfortável sabor restante?
É porque você não a comeu da maneira adequada. Deve-se comer frutas sempre com o estomago vazio.
A melhor espécie de fruta é a fresca ou o suco feito na hora.
Você não deve beber suco de lata ou do recipiente de vidro. Por que não?
A maioria das vezes o suco foi aquecido no processo de vedação e sua estrutura tornou-se ácida .
Quer fazer a mais valiosa compra que possa? Compre uma centrífuga.
Você pode ingerir o suco extraído na centrífuga como se fosse à fruta, com o estomago vazio. E o suco é digerido tão depressa que você pode comer uma refeição quinze ou vinte minutos mais tarde.
O Dr. William Castillo, chefe da famosa clínica cardiológica Framington, de Massachusetts, declarou que a fruta é o melhor alimento que podemos comer para nos proteger contra doenças do coração.
Disse que as frutas contêm bioflavinóides, que evitam que o sangue se espesse e obstrua as artérias.
Também fortalecem os vasos capilares, e vasos capilares fracos quase sempre provocam sangramentos internos e ataques cardíacos.
Agora, uma coisa final que gostaria que mantivesse em sua mente sobre frutas.
Como se deve começar o dia?
O que se deve comer no café da manhã?
Você acha que é uma boa idéia pular da cama e encher seu sistema com um grande monte de alimentos (principalmente café e o pão branco com manteiga), que levará o dia inteiro para digerir? Claro que não.
O que você quer é alguma coisa que seja fácil de digerir, frutas que o corpo pode usar de imediato, e que ajuda a limpar o corpo.
Quando levantar-se, e durante o dia, o quanto for confortavelmente possível, coma só frutas frescas e sucos feitos na hora.
Mantenha esse esquema até pelo menos o meio-dia, diariamente.
Quanto mais tempo ficar só com frutas em seu corpo, maior oportunidade de ele limpar-se. Se você começar a se afastar dos outros ''lixos'' com que costuma encher seu corpo no começo do dia, sentirá uma nova torrente de vitalidade e energia, tão intensa que você mal acreditará.
Tente durante os próximos dez dias e veja por si mesmo.
Os chineses e os japoneses bebem chá quente (de preferência chá verde) durante as refeições. Nunca água gelada ou bebidas geladas. Deveríamos adotar este hábito!
** Líquidos gelados durante e após as refeições solidificam os componentes oleosos dos alimentos, retardando a digestão.
Reagem com os ácidos digestivos e serão absorvidos pelo intestino mais depressa do que os alimentos sólidos, demarcando o intestino e endurecendo as gorduras, que permanecerão por mais tempo no intestino.
Daí o valor de um chá morno ou até água morna depois de uma refeição. Facilita a digestão e amolece as gorduras para serem expelidas mais rapidamente, o que também ajuda no emagrecimento.
Um bom fim de semana à todos!
July.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Acidente Vascular Cerebral



Acidente Vascular Cerebral (AVC)
O acidente vascular cerebral (AVC), ou Acidente vascular encefálico (AVE), vulgarmente chamado de "derrame cerebral", é caracterizado pela interrupção da irrigação sanguínea das estruturas do encéfalo, ou seja, ocorre quando o sangue que sustenta o cérebro com oxigênio e glicose deixa de atingir a região, ocasionando a perda da funcionalidade dos neurônios. É uma doença de início súbito, que pode ocorrer por dois motivos: isquemia ou hemorragia.

Tipos
· O primeiro tipo, e o mais comum deles, é devido à falta de irrigação sanguínea num determinado território cerebral, causando morte de tecido cerebral - é o AVC isquêmico.
· O AVC hemorrágico é menos comum, mas não menos grave, e ocorre pela ruptura de um vaso sangüíneo intracraniano, levando à formação de um coágulo que afeta determinada função cerebral.

Sistema Nervoso Central (Também afetado pelo AVC)
O sistema nervoso central todo pode ser acometido por esta doença e ele inclui, além do cérebro, o tronco encefálico, o cerebelo e até a medula espinhal. Dependendo da região atingida, os sintomas e as sequelas são diferentes.
Assim o lobo frontal está mais ligado às decisões e movimentos, o parietal com os movimentos e a sensibilidade do pescoço para baixo e com parte da fala e o occipital com a visão. O cerebelo está ligado com o equilíbrio e o tronco cerebral com a respiração e os movimentos e sensibilidade do pescoço para cima.

Fisiopatologia
O AVC hemorrágico ou hemorragia cerebral é o sangramento que subitamente interrompe parte de seu suprimento de sangue necessário à vida do tecido cerebral. Este tipo de AVC tem como causa a ruptura da parede de uma artéria (as paredes arteriais encrostadas de placas de ateroma perdem a sua elasticidade, ficam rígidas, finas e sujeitas a quebrarem) ou aneurisma (ponto fraco ou fino na parede de uma artéria que, com o tempo e com a pressão arterial elevada, acabam por arrebentar.

Evolução
Na parte da evolução temos 3 tipos de AVC, os que não deixam sequela nenhuma já no mesmo dia que acontece, os que não deixam sequelas mas duram mais de um dia e os que deixam sequelas. Quanto a este último, quando associado a déficits motores necessita de um acompanhamento fisioterápico para potencializar e fortalecer os músculos que ainda possuem a inervação funcionante para assim diminuir as deficiências que podem ter sido causadas.
De qualquer forma, o AVC é uma doença que merece muita atenção pela dependência e alteração da vida que pode causar e a melhor maneira de lidar com ela é prevení-la controlando todos os fatores causais já citados, novamente mencionando que a principal é a hipertensão arterial sistêmica.

Manifestações Clínicas


  • Confusão mental, ou problema ao falar ou compreender o que se fala;

  • Distúrbios Visuais;

  • Problemas ao caminhar;

  • Dor de cabeça aguda sem causa conhecida;

  • Fraqueza;

  • Falta de sensação ou debilidade

Diagnóstico
A avaliação laboratorial inclui análises sangüíneas e estudos de imagem (tomografia computadorizada de encéfalo ou ressonância nuclear magnética). Outros estudos: ultra-som de carótidas e vertebrais, ecocardiografia e angiografia podem ser feitos.

Tratamento
O melhor tratamento para o AVC é a prevenção, identificar e tratar os fatores de risco, como a hipertensão, aterosclerose, o diabete melito, o colesterol elevado, cessar o tabagismo e o etilismo, além de reconhecer e tratar problemas cardíacos.
Atualmente, existe uma medicação, chamada trombolítico, que pode ser usada na fase aguda do AVC isquêmico, para dissolver o coágulo que causou a isquemia. Contudo, esta medicação só pode ser dada desde que o paciente que sofreu o AVC isquêmico chegue ao hospital dentro de 3 horas.

Conseqüências
As conseqüências do AVC podem afetar diversos aspectos do paciente, tais como paralisia e fraqueza, habilidades de comunicação, fala, capacidade de compreensão, sentidos, além de raciocínio, emoções e memória.

Fatores de risco para AVC

Existem diversos fatores considerados de risco para a chance de ter um AVC, sendo o principal a hipertensão arterial sistêmica não controlada e, além dela, também aumentam a possibilidade o diabete melitus, doenças reumatológicas, trombose, uma arritmia cardíaca chamada fibrilação atrial, estenose da válvula mitral entre outras.


É de fundamenal importância a promoção da sáude baseada na prevenção das doenças.


July.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Hoje é o Dia Nacional de Prevenção da Morte Súbita.



Hoje, quarta-feira (12/11/2008) é o Dia Nacional de Prevenção da Morte Súbita. Um perigo que pode atingir pessoas aparentemente saudáveis, e até atletas. Domingo passado, por exemplo, um brasileiro de 58 anos teve morte súbita logo depois de completar a Maratona de Nova York. Às vezes, a busca pela superação acaba ultrapassando os limites do corpo. E isso pode ser fatal. A autópsia revelou que o brasileiro morto na Maratona de Nova York teve um enfarte. E que ele já sofria de uma doença cardíaca. O corredor pode ter ignorado os sinais do corpo. A morte subida muitas vezes manda avisos. “Vários trabalhos feitos mostraram que, uma semana antes, entre 70% a 80% das pessoas que tiveram morte súbita tiveram tontura, azia, palpitações fora do ritmo cardíaco, cansaço fora do habitual. O corpo avisa. É que as pessoas não dão valor a isso”, explica o cardiologista e médico do esporte, Nabil Ghorayeb. Correr virou moda, só que muita gente não está tomando os devidos cuidados. Foi o que mostrou uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), obtida com exclusividade pelo Fantástico. Foram ouvidos mais de 7 mil atletas amadores em todo o Brasil. “Cerca de 60% dos atletas que praticam corrida sem supervisão de um técnico especializado”, afirma o ortopedista Rogério Teixeira, da SBOT. Falta também orientação médica. Provas de rua como as maratonas exigem até três anos de treino, dizem os médicos. “Não é simples como andar no shopping”, alerta Ghorayeb. O grande problema é que provas como uma maratona despertam nos atletas, sejam eles profissionais ou amadores, exatamente o mesmo espírito de superar os limites. Só que, ao mesmo tempo, desrespeitar os limites do corpo pode ser fatal.
“Se sentir qualquer coisa durante uma atividade física, pare. Não espere para ver se vai passar”, alerta Ghorayeb. Durante a atividade física, monitore seus batimentos cardíacos e para saber o seu limite. A conta é simples: diminua sua idade de 195. Por exemplo: se você tem 30 anos, não passe de 165 batimentos cardíacos durante os exercícios. Beba água de dez em dez minutos. Nos dias frios, como na Maratona de Nova York, que estava fazendo 6ºC. “O frio pode ser o gatilho de uma situação grave: uma angina ou um infarto”, explica Ghorayeb. O frio provoca uma descarga de adrenalina no corpo. Os vasos sangüíneos se estreitam, a pressão arterial sobe e o coração pode sofrer alterações no ritmo dos batimentos. Qualquer pessoa, mesmo com acompanhamento médico, pode ter morte súbita? Sim. Mas as chances são muito menores. Por isso, procure um cardiologista antes de começar a correr. “Infarto do miocárdio acontece em pessoas que tinham os chamados fatores de risco não controlados. Um pouquinho de colesterol, um pouquinho de pressão alta traz risco se não for controlado”, orienta Ghorayeb. “Por mais que você esteja preparado fisicamente, eu acho que é importante você saber do seu corpo”, finaliza.

A prevenção é a melhor solução... Pensem nisso!

Jully.


terça-feira, 11 de novembro de 2008

Caquexia no Câncer



Introdução

A caquexia é um sintoma comum nos pacientes oncológicos, associada inicialmente ao processo natural da doença ou, mais tardiamente, ao crescimento tumoral e presença de metástases. A síndrome clínica de caquexia do câncer inclui perda de peso, anorexia, atrofia muscular, desregulação imune e, algumas vezes, atrofia de órgãos, conforme observado em necropsias. Tais manifestações relacionam-se à existência do processo maligno e podem diminuir uma vez iniciado o tratamento. Sua etiologia é multifatorial, podendo resultar da liberação de citocinas pelo tumor, do aumento do consumo energético pelo tumor, dos efeitos colaterais da terapia anticâncer (náusea e vômitos relacionados ao tratamento) ou da incapacidade de se alimentar ou digerir o alimento devido a anormalidades físicas (obstrução GI) ou dificuldades emocionais (depressão).

Doenças Relacionadas à desordem metabólica

O paciente caquético pode apresentar uma maior susceptibilidade a processos infecciosos, complicações pós-operatórias, diminuição da tolerância ao tratamento oncológico, anemias e, ainda, sonolências. Devido à perda de massa muscular, aumenta a probabilidade de surgimentos de úlceras de decúbito, edema de membros inferiores e uma intensa palidez.

Alterações metabólicas observadas:

Metabolismo dos Carboidratos
A célula cancerosa utiliza preferencialmente a glicose como substrato energético, 10 a 50 vezes mais em relação às células normais, o que indica que a presença do tumor aumenta o consumo de glicose. Seria esperado, então, que os níveis plasmáticos de glicose diminuíssem, mas isso não ocorre, pois, há um aumento na gliconeogênese hepática, a partir de substratos, como os aminoácidos musculares e o lactato. A glicose é degradada até lactato pelas células neoplásicas e o lactato é reconvertido em glicose no fígado – Ciclo de Cori. Essa reconversão resulta em um consumo de seis moléculas de ATP (adenosina trifosfato), levando a uma espoliação energética que corrobora com a degradação tecidual e perda de peso e de massa corpórea nesses pacientes.

Metabolismo dos Lipídios

Na caquexia do câncer, a perda de gordura é responsável pela maior parte da perda de peso observada. Essa perda de gordura corporal está relacionada ao aumento da lipólise, associada à diminuição da lipogênese, em conseqüência à queda da lipase lipoprotéica e liberação de fatores tumorais lipolíticos e, ainda, aumento da lipase hormônio-sensível.
A diminuição da lipase lipoprotéica leva à hiperlipidemia. A hipertrigliceridemia, a hipercolesterolemia, o aumento dos ácidos graxos livres, assim como a depleção dos estoques de gordura e diminuição dos níveis de lipase lipoprotéica são fenômenos observados em paciente oncológicos desnutridos com tumores no trato gastrointestinal -TGI.
Pacientes em processo de caquexia excretam na urina o fator mobilizador de lipídios (Lipid Mobilizing Factor- LMF), que age diretamente no tecido adiposo, hidrolisando os triglicerídios a ácidos graxos livres e glicerol, por meio do aumento intracelular do AMPc, de modo análogo aos hormônios lipolíticos, com conseqüente mobilização e utilização dos lipídios.

Metabolismo das Proteínas

As taxas de turnover orgânico total de proteínas, as taxas de síntese e de catabolismo protéico muscular são as alterações metabólicas comumente observadas na caquexia do câncer.
O catabolismo muscular está aumentado para fornecer ao organismo aminoácidos para a gliconeogênese, com subseqüente depleção da massa muscular esquelética. Sob o ponto de vista bioquímico, a perda de proteína corporal está relacionada ao aumento do nível sérico do fator indutor de proteólise (Proteolysis Inducing Factor - PIF), capaz de induzir tanto a degradação como inibir a síntese protéica na musculatura esquelética. O PIF está presente na urina de pacientes caquéticos portadores de tumores GI, mas não em pacientes com pouca perda de peso.

Métodos de diagnóstico e tratamento
As queixas inespecíficas e a ausência de exames laboratoriais específicos tornam o diagnóstico difícil.
A terapia é dirigida ao processo maligno subjacente, com alimentação suplementar, quando apropriado. A administração de altas doses (400 a 800 mg/dia da apresentação líquida) do hormônio progestacional, acetato de megestrol, pode melhorar o apetite numa percentagem significativa de pacientes com câncer.

Atribuições de Enfermagem
· Monitorizar o peso e alterações no balanço hídrico;
· Aprazar mudanças de decúbito
· Monitorizar os sinais vitais
· Avaliação do perfil nutricional do paciente, obtendo dados relativos às preferências, hábitos, horário de refeições, alterações do paladar, etc.
· Orientar/auxiliar na adaptação à dieta hospitalar;
· Avaliar a aceitação alimentar
· Orientação cuidadosa sobre o tratamento e o momento do aparecimento dos efeitos colaterais;
· Manter ambiente confortável, calmo e que favoreça o relaxamento, livre de odores que possam desencadear náuseas/vômitos.
· Manter recipientes coletores para o vômito discretamente próximos ao paciente;


Juliana Sodré.