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domingo, 25 de janeiro de 2009

Escabiose (Sarna)


Escabiose (ou sarnas)
A escabiose (ou sarna) é causada por um ácaro parasita, transmitida de uma pessoa a outra pelo contato direto. A sarna acomete qualquer pessoa, independentemente de raça, idade ou hábitos de higiene pessoal. A doença é caracterizada por uma coceira intensa, principalmente à noite, na região do umbigo, axilas ou entre os dedos das mãos.
A sarna forma pequenas crostas nas áreas mais quentes do corpo: entre os dedos, atrás dos joelhos, atrás dos cotovelos, nádegas, virilhas, umbigo e mamas. Nas crianças, acomete todo o corpo – inclusive as palmas das mãos, as plantas dos pés e o couro cabeludo.
Todas as pessoas que moram na mesma casa do portador da sarna devem ser tratadas ao mesmo tempo, com medicamentos de uso local ou oral – dependendo da orientação do dermatologista. As roupas devem ser trocadas e lavadas diariamente.

Como a escabiose é transmitida?
O contágio normalmente ocorre através de contato direto com o doente (inclusive relação sexual) ou contato indireto com vestimentas ou roupas de cama usados por ele/ela.

Quais os sintomas ou sinais da sarna?
Após um período de incubação de cerca de 3 semanas, uma erupção pruriginosa aparece nos dedos das mãos, punhos, mamilos, axilas, genitália, área periumbilical e nádegas. Ela é caracterizada por pápulas ("bolinhas") e lesões em túnel (lineares) de trajeto sinuoso, às vezes pouco visíveis. Além disso encontramos também escoriações (causadas pelo ato de coçar), infecções secundárias e nódulos na bolsa escrotal ou no pênis. Em crianças, as lesões localizam-se também no couro cabeludo, palmas das mãos e plantas dos pés.

Como é feito o diagnóstico?
Baseado na história de prurido noturno e nas lesões encontradas nas áreas sugestivas, qualquer dermatologista é capaz de fazer o diagnóstico clínico, que pode ser facilmente confirmado com um exame direto do material raspado da pele do doente e examinado ao microscópio.

Como é feito o tratamento?
Existem vários medicamentos de uso tópico que podem ser utilizados no tratamento da escabiose. São soluções escabicidas que normalmente devem ser diluídas e aplicadas à noite, no corpo todo do indivíduo, por alguns dias. Não há necessidade de ferver roupas de cama ou pessoais, pois o ácaro não sobrevive por muito tempo fora do hospedeiro.
Existe também a possibilidade de tratamento com medicação oral que deverá ser prescrita pelo seu médico.
Os sabonetes escabicidas não costumam ser eficazes e produzem, em diversos casos, reações alérgicas que pioram o caso.
Todas as pessoas que residem na casa do doente devem ser examinadas ou mesmo tratadas, às vezes com doses menores da medicação.
Gestantes e lactentes não devem utilizar os mesmos medicamentos que as outras pessoas acometidas por esta zoonose.
Uma boa semana à todos!
July.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Febre Amarela


Febre amarela
A febre amarela é uma doença infecciosa causada por um tipo de vírus chamado flavivírus, cujo reservatório natural são os primatas não-humanos que habitam as florestas tropicais. Existem dois tipos de febre amarela: a silvestre, transmitida pela picada do mosquito Haemagogus , e a urbana transmitida pela picada do Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue e que foi reintroduzido no Brasil na década de 1970. Embora os vetores sejam diferentes, o vírus e a evolução da doença são absolutamente iguais. A febre amarela não é transmitida de uma pessoa para a outra. A transmissão do vírus ocorre quando o mosquito pica uma pessoa ou primata (macaco) infectados, normalmente em regiões de floresta e cerrado, e depois pica uma pessoa saudável que não tenha tomado a vacina. A forma urbana já foi erradicada. O último caso de que se tem notícia ocorreu em 1942, no Acre, mas pode acontecer novo surto se a pessoa infectada pela forma silvestre da doença retornar para áreas de cidades onde exista o mosquito da dengue que prolifera nas cercanias das residências e ataca durante o dia.

Sintomas
Os principais sintomas da febre amarela - febre alta, mal-estar, dor de cabeça, dor muscular muito forte, cansaço, calafrios, vômito e diarréia aparecem, em geral, de três a seis dias após a picada (período de incubação). Aproximadamente metade dos casos da doença evolui bem. Os outros 15% podem apresentar, além dos já citados, sintomas graves como icterícia, hemorragias, comprometimento dos rins (anúria), fígado (hepatite e coma hepático), pulmão e problemas cardíacos que podem levar à morte. Uma vez recuperado, o paciente não apresenta seqüelas.

Diagnóstico
Como os sintomas da febre amarela são muito parecidos com os da dengue e da malária, o diagnóstico preciso é indispensável e deve ser confirmado por exames laboratoriais específicos, a fim de evitar o risco de epidemia em áreas urbanas, onde o vírus pode ser transmitido pelo mosquito da dengue.

Tratamento
Doente com febre amarela precisa de suporte hospitalar para evitar que o quadro evolua com maior gravidade. Não existem medicamentos específicos para combater a doença. Basicamente, o tratamento consiste em hidratação e uso de antitérmicos que não contenham ácido acetilsalicílico. Casos mais graves podem requerer diálise e transfusão de sangue.

Vacinação
Existe vacina eficaz contra a febre amarela, que deve ser renovada a cada dez anos. Nas áreas de risco, a vacinação deve ser feita a partir dos seis meses de vida. De maneira geral, a partir dos nove meses, a vacina deveria ser recomendada para as demais pessoas, uma vez que existe a possibilidade de novos surtos da doença caso uma pessoa infectada pela febre amarela silvestre retorne para regiões mais povoadas onde exista o mosquito Aedes aegypti. A vacinação é recomendada, especialmente, aos viajantes que se dirigem para localidades, como zonas de florestas e cerrados, e deve ser tomada dez dias antes da viagem para que o organismo possa produzir os anticorpos necessários.

Recomendações
· Vacine-se contra febre amarela pelo menos dez dias antes de viajar para áreas de risco e não se esqueça das doses de reforço que devem ser repetidas a cada dez anos;
· Use, sempre que possível, calças e camisas que cubram a maior parte do corpo;
· Aplique repelente sistematicamente. Não se esqueça de passá-lo também na nuca e nas orelhas. Repita a aplicação a cada quatro horas, ou a cada duas horas se tiver transpirado muito;
· Não se esqueça de reaplicar o repelente toda a vez que molhar o corpo ou entrar na água;
· Use mosqueteiro, quando for dormir nas áreas de risco,
· Procure informar-se sobre os lugares para os quais vai viajar e consulte um médico ou os núcleos de atendimento ao viajante para esclarecimentos sobre cuidados preventivos;
· Erradicar o mosquito transmissor da febre amarela é impossível, mas combater o mosquito da dengue nas cidades é uma medida de extrema importância para evitar surtos de febre amarela nas áreas urbanas. Não se descuide das normas básicas de prevenção.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Febre Tifóide


Febre Tifóide
Introdução
A febre tifóide é uma doença infecciosa aguda, transmissível, de caráter endêmico e, esporadicamente, epidêmico, causada por uma bactéria Gram-negativa do gênero Salmonella (Salmonella enterica sorotipo typhi), Salmonella typhi.
A ocorrência desta enfermidade guarda relação direta com as condições sócio-econômicas e sanitárias desfavoráveis, principalmente no que diz respeito ao saneamento básico, distribuição e armazenamento de água. A transmissão se faz por via oral, através da ingestão de água e alimentos contaminados por fezes de pessoas doentes e portadores assintomáticos.
No Estado do Amazonas, os fatores epidemiológicos relevantes são: viagens prolongadas de barco, ingestão da água dos rios (sem tratamento prévio) e os alagamentos.

Quadro Clínico
O quadro clínico da febre tifóide se divide classicamente em quatro septenários, que correspondem a três fases bem distintas:
Período de incubação: corresponde à primeira semana de doença, manifestando um quadro febril de evolução progressiva, atingindo altas temperaturas ao final deste período. Este quadro se acompanha de cefaléia importante, mal-estar geral, astenia, anorexia, mialgia, prostração, dor abdominal difusa e vômitos;
Período de estado: corresponde à segunda e terceira semanas de evolução. Neste período, ocorre intensificação da sintomatologia anterior, especialmente a febre e as manifestações digestivas. O paciente desenvolve um quadro de toxemia, acompanhado de prostração, desidratação, torpor, olhar inexpressivo (olhar tífico), obstipação intestinal alternada com diarréia líquida esverdeada, icterícia, hepatoesplenomegalia, meteorismo, borborigmo e dor abdominal;
Período de Convalescença ou declínio: corresponde à quarta semana de evolução. O quadro febril tende a diminuir progressivamente, bem como os demais sintomas, e o paciente entra na fase de recuperação clínica.
É importante lembrar que nem sempre a febre tifóide acontece na sua forma clássica ou com a evolução esperada. Muitas vezes, em nosso serviço, a simples presença de síndrome febril indiferenciada sub-aguda, com fortes dados epidemiológicos, faz-nos iniciar terapêutica específica, enquanto se aguarda o resultado da cultura. Outras formas inespecíficas de apresentação da doença são síndrome febril ictérica aguda e/ou síndrome febril hemorrágica aguda.
As complicações da febre tifóide são raras, mas podem acontecer durante o período de estado, como resultado do processo séptico. As principais intercorrências, observadas em aproximadamente 10% dos pacientes acometidos, são a enterorragia e a perfuração intestinal. A enterorragia ocorre principalmente na região ileocecal, podendo determinar sangramentos discretos e até quadro de hemorragia intensa com falência hemodinâmica. Os quadros mais graves geralmente representam uma maior susceptibilidade individual e também demora no diagnóstico e tratamento específicos. A perfuração intestinal representa uma progressão do quadro de enterorragia, acometendo preferencialmente a região do íleo terminal. Manifesta-se por dor intensa na fossa ilíaca direita, acompanhada dos sinais clássicos de irritação peritoneal, hipotensão e taquicardia. Outras complicações mais raras da febre tifóide são os abscessos viscerais, colecistite acalculosa, pancreatite, bronquite, pneumonia, miocardite, pielonefrite, artrite e osteomielite.
A recaída é um evento que pode acometer até 10% dos pacientes infectados e traduz, em última análise, período insuficiente de tratamento ou sub-dosagem antibiótica (com persistência de bactérias viáveis nos linfonodos mesentéricos e na vesícula biliar), ou resistência antimicrobiana da bactéria à droga utilizada. Caracteriza-se pela recrudescência da sintomatologia após duas semanas do desaparecimento da febre.
Diagnóstico Laboratorial
Em relação aos exames inespecíficos, algumas peculiaridades podem ser observadas na febre tifóide:
Hemograma: na fase inicial da doença, pode-se observar leucopenia, neutropenia, linfocitose relativa, anemia moderada e plaquetopenia; o surgimento de leucocitose e neutrofilia, associados à piora clínica ao final do período de estado, sugere alguma das complicações anteriormente discutidas; o surgimento de leucopenia após o início do tratamento com cloranfenicol pode sugerir aplasia medular farmacotóxica, indicando a substituição da droga;
Bioquímica do sangue: as transaminases podem estar moderadamente elevadas (raramente ultrapassando 500U/l), assim como as enzimas de colestase (FAL e ãGT); bilirrubina total aumentada às custas da fração direta, traduzindo uma hepatite trans-infecciosa.
O diagnóstico específico da febre tifóide baseia-se sempre no isolamento da bactéria:
Hemocultura: tem alta sensibilidade, principalmente durante a primeira semana de infecção; deve ser solicitada obrigatoriamente para todos os casos suspeitos, independente da fase em que se encontre; sugerimos a coleta de pelo menos duas amostras antes de se iniciar a antibioticoterapia;
Coprocultura: tem maior sensibilidade a partir da terceira semana de infecção; é particularmente importante no pós-tratamento a fim de se identificar o estado de portador crônico;
Mielocultura: é o método de maior sensibilidade para o isolamento de salmonela e se mantém positiva mesmo quando do uso prévio de antimicrobianos; por ser um método mais invasivo, está indicada para o diagnóstico de pacientes que referem uso de antimicrobianos previamente ou pacientes cuja hemocultura e coprocultura não foram conclusivas e ainda há forte suspeita de febre tifóide.
Deve-se insistir sempre no isolamento da bactéria, pois ainda é o padrão-ouro no diagnóstico desta doença, em nosso meio, além de proporcionar realização do antibiograma, com vistas à vigilância de bactérias resistentes às drogas habitualmente utilizadas.
Outro método auxiliar para o diagnóstico da febre tifóide é a reação sorológica de Widal, que quantifica as aglutininas contra os antígenos O (somático) e H (flagelar) da Salmonella typhi e da Salmonella paratyphi. Porém, como nos encontramos em área endêmica para esta doença, é possível a ocorrência de falso-positivos, com relativa freqüência. O que se recomenda é que sejam coletadas amostras pareadas para análise a partir da segunda semana, e que se considerem anormais os títulos maiores que 1:100 e a conversão sorológica (aumento da titulação) entre as duas coletas.

Tratamento
O tratamento e seguimento dos pacientes com febre tifóide devem ser realizados, sempre que possível, em nível ambulatorial. No entanto, pacientes com quadro toxêmico, vômitos ou diarréia persistente (dificultando absorção oral de antimicrobianos), leucopenia abaixo de 2.000/mm3, instabilidade hemodinâmica, sinais de complicação, crianças, grávidas e idosos devem ser hospitalizados até a melhora clínica significativa, podendo completar posteriormente o seguimento em nível ambulatorial.
A terapêutica específica da febre tifóide deve ser iniciada tão logo os dados clínicos, epidemiológicos e laboratoriais sugiram o diagnóstico e que se tenha coletado os materiais para estudo bacteriológico. O tratamento específico é feito com antimicrobianos.
A terapêutica inespecífica é também de fundamental importância para a evolução favorável do quadro clínico.
Os pacientes devem ser orientados a seguir dieta branda, pobre em resíduos e aumentar a ingestão de líquidos usuais ou soro de reidratação oral, além de repouso e sintomáticos para o alívio da febre e das dores. Em pacientes internados, deve-se observar a necessidade de suplementar a hidratação e nutrição por via parenteral e a correção de distúrbios hidroeletrolíticos.
Nos quadros mais exuberantes, deve-se estar sempre atento às complicações, para detecção e intervenção precoces. Na presença de enterorragia, além do tratamento específico por via parenteral, deve-se instituir dieta zero, reposição da volemia e, quando necessário, transfusão de concentrado de hemácias. No caso de perfuração intestinal, além dos cuidados acima, deve-se encaminhar o paciente para tratamento cirúrgico e ampliar a terapia antimicrobiana para cobrir a flora entérica da seguinte maneira:
Pacientes em uso de cloranfenicol, associar gentamicina (3-5mg/kg/dia ou 240mg/dia IV 1x/dia) para cobrir Gram-negativos;
Pacientes em uso de ceftriaxona ou ciprofloxacina, associar metronidazol (30mg/kg/dia ou 500mg IV 8/8h) para cobrir anaeróbios.
Os critérios de alta hospitalar são: ausência de febre por 48 horas, melhora significativa dos sintomas e ausência de complicações. O critério de cura é a negativação de duas coproculturas (com uma semana de intervalo entre elas), após término da terapia antimicrobiana.

Um bom final de semana à todos!


July.



terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Diverticulite


Diverticulite

Diverticulite é uma inflamação que se manifesta basicamente no intestino grosso, parte final do intestino que se distribui pelo abdômen formando uma espécie de U invertido. Responsável pela absorção de água, armazenamento e eliminação dos resíduos da digestão, o intestino grosso começa no íleo (porção final do intestino delgado) e é dividido nos seguintes segmentos: ceco (tem configuração semelhante ao fundo cego de um saco e onde se localiza o apêndice vermiforme), cólon ascendente (sobe até o fígado e forma um ângulo à direita chamado flexura hepática), cólon transverso (localiza-se na parte superior do abdômen e desce na altura do baço) e cólon descendente que desemboca no cólon sigmóide, reto e canal anal.O intestino grosso é formado por diferentes camadas de tecido. Na superfície externa, existe uma camada translúcida, bem fininha, chamada serosa. Depois, vem a camada muscular formada por músculos lisos que comprimem e empurram o bolo alimentar para expulsá-lo através do ânus. A camada mais interna, representada em lilás na imagem, é constituída por uma mucosa cheia de glândulas e preparada para produzir muco, enzimas e anticorpos que vão defender esse órgão de substâncias estranhas e agentes agressores.A mucosa é irrigada por vasos existentes na camada serosa e que atravessam a camada muscular. Isso cria um ponto de fragilidade no músculo e, em determinadas condições, a mucosa pode formar uma hérnia, semelhante a um dedo de luva invertido: é o divertículo. Nele pode penetrar e ficar retida pequena quantidade de fezes que recebe o nome de fecalito. Havendo condições favoráveis, bactérias também podem assestar-se nesse local.A presença de numerosos divertículos no intestino recebe o nome de diverticulose. A diverticulite ocorre quando eles inflamam, podendo apresentar abscesso ou perfuração.

Causas da Diverticulose

A diverticulose, ou doença diverticular, é provocada pela falta de fibras na dieta alimentar. Fibras ajudam a criar volume fecal maior e as contrações do cólon têm anteparo.Quando elas não existem, como acontece nas dietas à base de carboidratos refinados e proteínas, por exemplo, a pressão dentro do intestino aumenta e facilita a herniação. É provável que fatores dietéticos expliquem a freqüência maior dessa doença no mundo ocidental. Quando se manifesta no Oriente, ela acomete mais o cólon ascendente que se situa no lado direito do abdômen. Já no Ocidente, o cólon descendente e o sigmóide são os mais afetados. Dado interessante foi constatado no que se refere à incidência da diverticulose na população japonesa. Apenas 18% dos japoneses que vivem no Japão apresentam a doença, enquanto esse número sobe para 50% entre os japoneses que se mudaram para o Havaí e adotaram hábitos alimentares ocidentalizados. Outro fator que influi na formação de divertículos é a idade. Com o passar dos anos, a musculatura lisa do cólon vai perdendo a elasticidade e podem formar-se pequenas hérnias ou divertículos. Em geral, eles aparecem depois dos 50 anos. Abaixo dos 40, a doença costuma ser rara, mas quase 85% dos indivíduos com 85 anos apresentam o problema.Evidentemente, fatores genéticos também devem ser considerados. Hoje se estudam os genes que possam determinar alterações nas fibras da musculatura responsáveis pelo processo de contração intestinal e aparecimento de divertículos.A diverticulite é uma inflamação que pode ter como causa uma perfuração induzida por alguma droga ou por agressão ao cólon e está sujeita a complicações graves.

1°- Os orientais têm diverticulite mais do lado direito e os ocidentais, mais do lado esquerdo do intestino. Existe alguma explicação para essa diferença?
–Pesam os hábitos alimentares dos dois grupos. Estudando os bantus, povo africano que praticamente desconhece essa doença, em 1971, pela primeira vez, Burkitt (médico inglês famoso pela descoberta do linfoma de Burkitt) levantou a possibilidade de a diverticulose ser provocada pela falta de fibra na alimentação do homem. Além disso, a pressão intercolônica, isto é, a pressão dentro do lume do cólon é maior nos pacientes com diverticulose do tipo ocidental e praticamente normal naqueles com diverticulose do tipo oriental.

Sintomas da diverticulite
Quando aparecem as complicações da diverticulite, o principal sintoma é a dor infra-umbilical, isto é, abaixo do umbigo. Depois, essa dor se desloca para a fossa ilíaca esquerda, situada no quadrante inferior esquerdo do abdômen.Durante o exame de apalpação, pode aparecer também aquilo que, em linguagem médica, chamamos de mecanismo de defesa e que se caracteriza pelo aumento da dor quando se retira a mão bruscamente depois de pressionar o abdômen. Essa dor pode ser sinal de irritação do peritônio, membrana que reveste internamente a cavidade abdominal.Nos casos de cólon redundante, embora seja provocada por diverticulite no cólon sigmóide, a dor caminha um pouco para a direita do abdômen e pode simular uma crise de apendicite aguda, o que exige diagnóstico diferencial. Nas fases iniciais da doença, além da dor, podem ocorrer ardor e dificuldade para urinar e diarréia branda, raramente com sinais de sangue.

Diagnóstico e tratamento
A diverticulite incide mais em pacientes que estejam tomando drogas oncológicas, nos imunodeprimidos, nos diabéticos. O primeiro passo é sempre fazer um diagnóstico preciso, hoje muito facilitado pela tomografia computadorizada e pelo exame de ultra-som, de menor sensibilidade que a tomografia, mas também bastante útil. Sintomas de peritonismo, quer dizer, se a dor aumentar com a descompressão brusca do abdômen, indicam a necessidade de internação em hospital, onde o paciente permanecerá em jejum recebendo antibióticos de largo espetro. Todavia, se não houver sinais de gravidade, inicia-se o tratamento clínico, prescrevendo antibióticos, dieta leve e líquida e observa-se a evolução do quadro por 72 horas. Geralmente, 80% desses casos evoluem para cura.Só depois de quatro ou cinco semanas, o paciente faz uma colonoscopia para confirmar o diagnóstico. Fazê-lo na fase inicial da doença traz o risco de agravar o processo de perfuração, uma vez que um possível abscesso tamponado pelas alças intestinais serve de proteção, de aderência. É bom repetir que o exame de colonoscopia feito precocemente pode provocar o trânsito livre das fezes pela perfuração que, na cavidade abdominal, provocarão quadro de peritonite grave.


2°- Como é feita a colonoscopia?
– A colonoscopia é feita para examinar a superfície interna do cólon. Para tanto, introduz-se um tubo com fibra ótica pelo ânus que vai fotografando as regiões por onde passa, deixando ver se há orifícios ou pequenas evaginações da mucosa. Ela registra também a ocorrência de processos inflamatórios.

Indicação cirúrgica
Se a doença não regredir em 72 horas com o tratamento clínico, o paciente deve ser encaminhado para intervenção cirúrgica ou para drenagem do abscesso, através de punção transcutânea. Se os abscessos são pequenos, esse método ajuda a combater o processo de infecção que poderia generalizar-se. Quando são maiores ou são muitos e não houve resposta ao antibiótico, a conduta é sempre cirúrgica.
Antigamente, a cirurgia podia ser feita num tempo só – tirava-se o segmento comprometido e fazia-se a anastomose, ou seja, a ligadura das duas extremidades do cólon - ou em três tempos quando as condições do paciente estavam deterioradas e nos casos de septicemia, por exemplo. Num primeiro momento, fazia-se uma colostomia, ou seja, exteriorizava-se a parte mais proximal do cólon através da parede do abdômen e deixava-se o segmento comprometido pelos divertículos e abscessos para ser retirado numa segunda etapa do processo. Só mais tarde eram unidas as duas extremidades do cólon para recompor fisiologia normal. Como a história da medicina mostrou que esse método cirúrgico provocava várias complicações e era causa expressiva de mortalidade, a cirurgia passou a ser feita em dois tempos. Numa primeira intervenção, retira-se o segmento comprometido do cólon e faz-se a colostomia. Num segundo momento, liga-se a borda proximal do cólon com a borda distal, próxima ao reto. Essa técnica, que já foi muito bem descrita na literatura, é conhecida como cirurgia de Hartman.


3°- Por que é preciso exteriorizar o intestino, se isso causa tanto desconforto para os pacientes?
–Embora a anastomose inicial possa ser feita na maioria dos casos, há o risco de ruptura dos pontos, o que provoca a abertura de um orifício por onde as fezes escapam e surgem complicações como a peritonite. Num paciente em más condições de nutrição ou imunossuprimido, isso é de extrema gravidade.


4°- 80% dos pacientes com diverticulite ficam curados com o tratamento clínico. Por que depois de algumas semanas precisam fazer colonoscopia para ter certeza do diagnóstico?
–Porque os sintomas podem simular doenças como o tumor de cólon, a doença de Crohn ou mesmo doença da bexiga ou de outros órgãos anexos ao intestino. A colonoscopia é, então, um exame obrigatório para esses pacientes. Atualmente, no Brasil, a endoscopia está bastante desenvolvida e em qualquer lugar se pode fazer um exame com segurança.

Orientações aos pacientes
5°- Qual orientação se dá aos pacientes que tiveram a primeira crise e não responderam bem ao tratamento clínico?
–Nesse caso, a orientação é que o paciente ingira muita fibra nas refeições e evite usar drogas que possam provocar novos episódios de diverticulite. No entanto, se ocorrerem dois ou três episódios de repetição, impõe-se a indicação cirúrgica, exceção feita aos casos em que o risco seja aumentado pela presença de cardiopatias ou diabetes, por exemplo.No passado, para os 5% de pacientes com diverticulite abaixo dos 40 anos, indicava-se a ressecção em geral do cólon sigmóide, porque a doença costumava apresentar crises de repetição ou ter evolução agressiva e maligna. Esse conceito mudou. Trabalhos mostraram que só 30% dos pacientes jovens que têm a primeira crise de diverticulite necessitam da intervenção cirúrgica. Os outros 70% podem receber tratamento clínico igual ao dos pacientes mais idosos e só mais tarde poderá ser necessária a retirada da parte do cólon comprometida pela doença.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE): Exame Físico.


1. EXAME FÍSICO

A) Parâmetros iniciais:

PressãoArterial......................mmHg Pulso.............bat/min Temparatura............. Resp....................mov/min Peso............................ Altura.........................

B) Avaliação neurológica

Nível de consciência

( ) alerta ( ) letárgico ( )confuso ( ) torporoso ( )coma
descrever os achados_________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Motricidade:

força normal ( ) MSD ( )MSE ( )MID ( )MIE
paresia ( ) MSD ( )MSE ( ) MID ( )MIE
plegia ( ) MSD ( )MSE ( )MID ( ) MIE

C) Avaliação sistêmica

Crânio

( )normocefálico ( )hidrocefalia ( )microcefalia
( )lesões ( ) cicatrizes

obs: __________________________________________________________________________

Couro cabeludo:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________


fácies

( )fácies normais ( )fácies de cushing ( )fácies renal
( ) paralisia facial ( )fácies do hipertireoidismo
outras especificar: ___________________________________________________________

acuidade visual

( ) normal ( ) alterada, especificar ________________________________________


Pupilas

( ) isocóricas ( ) anisocóricas ( ) fotorreagentes ( ) não fotorreagentes

escleróticas

( ) normais ( ) ictéricas outras alterações _____________________________


acuidade auditiva

( ) normal ( )alterada , especificar ________________________________


mucosa oral

( )úmida ( ) seca ( ) íntegra ( ) lesões descrever ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Dentição

Próteses dentárias: ( ) sim ( ) não tipo: _______________________________

( ) completa ( ) incompleta ( ) cáries

Observações ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Pele

( ) íntegra ( ) lesões
( ) elasticidade diminuída ( ) turgor diminuído

especificar outros achados: ____________________________________________________
__________________________________________________________________________

Pescoço

Gânglios ( ) palpáveis ( ) não palpáveis
Jugulares ( ) normais ( ) engurgitadas a 45°
Tireóide ( ) palpável ( ) aumentada


Tórax, aparelho respiratório e cardiovascular

( ) tórax chato ( ) tórax em tonel ( ) tórax em quilha

( ) tórax em sino ( ) tórax cifoescoliótico ( ) tórax de sapateiro

Murmúrios vesiculares :

( )normal ( ) diminuídos local: _______________________________

Ruídos adventícios:

( ) roncos ( ) creptos ( )sibilos local:_______________________



Tosse:

quanto ao reflexo : ( ) presente ( ) ausente
quanto a secreção ( ) produtiva ( )improdutiva características: ________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________


Ausculta cardíaca:

( )bulhas normofonéticas ( ) bulhas alteradas, descrever achados:________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Rede vascular:

( ) visível ( )pouco visível especificar ___________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________


Abdome:

Quanto a forma : ( ) plano ( )globoso ( ) ascite ( )distendido

À palpação: ( ) indolor ( ) doloroso ( ) tenso

RHA: ( )presente ( )ausente ( )diminuído

Outros achados:_____________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Extremidades:

Perfusão :__________________________________________________________________

Edemas:__________________lesões:____________________________

Observações: __________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________

Aparelho Geniturinário:

Lesões: ___________________________________________________________________
Edemas:_________________________corrimentos:___________________________
Queixas_____________________________________________________________________________________________________________________________________________

Outras Queixas:

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________


Bom feriado à todos, e feliz 2009!


July.