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sexta-feira, 31 de julho de 2009

Alucinógenos


O uso de substâncias psicoativas está presente desde a antiguidade. O consumo destas substâncias, está ligada a um contexto histórico e também cultural, o consumo dessas substâncias tem atingido formas e proporções preocupantes no decorrer deste século. As conseqüências diretas e indiretas do uso abusivo de drogas são percebidas nas várias interfaces da vida social. Na família, no trabalho, na disseminação do vírus HIV. Sabe-se que no Brasil ainda são insuficientes as investigações que abordam essa questão em suas múltiplas dimensões. Porém há sinais se que essas atitudes estão mudando, pois vemos uma maior sensibilidade e adequação por parte dos profissionais especialmente os da área de saúde preocupados com o uso das drogas.
A definição de síndrome: Obedece a alguns critérios diagnósticos de substâncias psicoativas. Um diagnóstico definitivo de dependência deve usualmente ser feito somente se três ou mais dos seguintes requisitos tenham sido experimentados ou exibidos em algum momento na vida do indivíduo são elas:

a) Um forte desejo ou senso de compulsão para consumir a substância,

b) dificuldades em controlar o comportamento de consumir a substância em termos do seu início, término e níveis de consumo,

c) um estado de abstinência fisiológica quando o uso da substância foi induzido como evidenciado por: síndrome de abstinência com a intenção de aliviar ou evitar sintomas de abstinência,

d) evidência de tolerância de tal forma que doses crescentes da substância psicoativa são requeridas para alcançar efeitos originalmente produzidos por doses mais baixas,

e) abandono progressivo de prazeres e interesses alternativos em favor do uso de substância psicoativa,

f) persistência no uso da substância a despeito de evidência clara de conseqüências manifestamente nocivas.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Strongyloides stercoralis


Histórico
O Strongyloides stercoralis (Bavay, 1986) é o menor dos Nematoda que parasitam o homem em nosso meio e apresenta uma peculiaridade interessante: a única forma parasitária adulta (no intestino delgado humano) é a fêmea partenogenética. Apesar de antigamente ter sido discutida a presença de machos parasitando o homem, hoje já está bem estabelecido que, nessa espécie, o sexo masculino só existe na fase do ciclo de vida livre.
O gênero Strongyloides possui algumas espécies em ratos e macacos que são muito utilizados para estudos de biologia, ensaios terapêuticos e tentativas de desenvolvimento de vacinas. As espécies, que mais se prestam para esses estudos (apesar de não ocorrerem no homem) são: S. ratti e S. venezuelensis, em ratos e S. fulleborni em macacos. Essa última espécie, muito comum entre macacos da Ásia e África, recentemente tem sido muito encontrada parasitando o homem em extensas regiões da floresta equatorial africana, principalmente na zona rural.

Classificação- Sistemática(Filo, Classe, Família, Gênero, Espécie)
Filo: Nemathelminthes, Classe: Nematoda, Família: Rhabdiasidae, Gênero:
Strongyloides, Espécie: Strongyloides stercoralis.

Morfologia das formas evolutivas encontradas no ciclo parasito
- Fêmea partenogenética: apresenta corpo cilíndrico, filiforme, branco, com extremidades afiladas. Mede cerca de 2,5 mm. Boca pequena, esôfago estreito e cilíndrico. Vulva colocada no terço posterior do verme, da qual se origina um útero divergente (anfidelfo); cada ramo possui quatro ou cinco ovos, que são expulsos já com a larva dentro (ovovivípara).

- Larva rabditóide: mede cerca de 200 micra. Esôfago tipicamente rabditóide (com dilatações nas extremidades e constrição na porção mediana). Apresenta também vestíbulo bucal curto, medindo 2 micra, e primórdio genital nítido.

- Larva filarióide: mede cerca de 500 micra. Esôfago tipicamente filarióide (cilíndrico, retilíneo). Apresenta a cauda “entalhada”, o que a diferencia da larva filarióide de ancilostomídeo, que é pontiaguda.

- Macho de vida livre: mede cerca de 0,7 milímetros. Esôfago tipo rabditóide. Cauda recurvada ventralmente, vendo-se ainda dois espículos.

- Fêmea de vida livre: mede cerca de 1,5 milímetros. Esôfago rabditóide. Vulva na região mediana com úteros divergentes, repletos de ovos.

Habitat
As fêmeas partenogenéticas vivem mergulhadas nas criptas da mucosa do duodeno e jejuno.

Forma evolutiva infectante e Mecanismo(s) de infecção
A forma evolutiva infectante é a larva filarióide infectante e o mecanismo de infecção é dado através da penetração da larva filarióide infectante na pele do individuo.

Explicar sucintamente o ciclo de vida do parasito
Esse helminto apresenta dois ciclos evolutivos, ambos monoxênicos:
O primeiro é o direto ou partenogenético no qual as larvas rabditóides chegam ao
exterior junto com as fezes. Sendo depositadas em terreno arenoso, umidade alta e a
temperatura de 25-30°C, as larvas rabditóides se transformam em larvas filarióides
infectantes.
O segundo tipo é o indireto ou o de vida livre, no qual as larvas rabditóides eliminadas
chegam ao exterior junto com as fezes e, alcançando o terreno, transformam-se em
machos e fêmeas de vida livre. Essas formas realizam a cópula e a fêmea realiza
oviposição. Os ovos, já no solo e me condições favoráveis de temperatura e umidade,
tornam-se embrionados. Em seguida os ovos eclodem, pondo em liberdade as larvas
rabditóides que se transformarão em larvas filarióides infectantes, triploides,
responsáveis pelo ciclo indireto.

Principais Sintomas da estrongiloidíase
O paciente apresenta anemia, diarréia, emagrecimento, desidratação e irritabilidade, que são agravados em casos de subnutrição. É freqüente que o paciente se queixe de “peso” no hipocôndrico direito ou de dor semelhante à úlcera duodenal.

Implicações clínicas da auto-infecção e da hiperinfecção
O ciclo de auto-infecção pode acelerar-se, levando à rápida elevação do número de vermes nos órgãos normalmente envolvidos no ciclo biológico, fenômeno conhecido como hiperinfecção. Pode evoluir para estrongiloidíase disseminada, que se estabelece quando ocorre uma aceleração do curso normal do ciclo biológico do parasita e invasão, pelas larvas filariformes, de órgãos como pele, sistema nervoso central, rins, fígado, com alta mortalidade. Esta complicação ocorre com maior freqüência em indivíduos com depressão da imunidade celular por neoplasias (linfomas, leucemias), transplantados renais, alcoólatras e infecção pelo vírus da imunodeficiência adquirida humana.

Principais medidas profiláticas:
- educação sanitária em massa;
- serviços de engenharia sanitária;
- uso de privadas ou fossas por toda a população;
- alimentação adequada rica em proteínas, sais minerais, vitaminas, hidrato de carbono;
- levantamento da prevalência e incidência dessa helmintose e tratamento de todas as pessoas positivas. Esse item deve ser repetido com intervalos de seis meses, durante dois anos aproximadamente, a fim de impedir que o homem continue disseminando larvas rabditóides.

Diagnóstico e Tratamento
Diagnóstico Clínico. Não é fácil determinar clinicamente essa verminose e diferenciá-la de outras, uma vez que os sintomas são mais ou menos semelhantes a várias helmintoses intestinais. O diagnóstico clínico diferencial também é difícil, requerendo exames auxiliares, conforme indicado em seguida.

Diagnóstico Laboratorial. Através de técnicas laboratoriais, podemos dar o diagnóstico de certeza do helminto causador das alterações presentes. Para a estrongiloidíase, os métodos indicados são:
- exame de fezes pelo método de Baermann-Moraes ou de Rugai(demonstram as larvas presentes). Muito usados e bastante sensíveis; para esses exames de fezes não se pode usar conservador para não se matar as larvas.

-intradermorreação: antígeno feito com larvas filarióides, liofilizadas, de S. ratti. Inocula-se 0,05ml no antebraço, fazendo-se a leitura 15 minutos após. Pápula maior de 1,2 centímetros ao quadrado indica positividade. É um método bastante sensível e, quando negativo, o resultado é conclusivo, isto é, a pessoa não está parasitada pelo S. stercoralis. Quando positivo, indica que o paciente está ou já esteve parasitado pelo verme. Não é usado rotineiramente, pois o exame de fezes é mais fácil e seguro.

Tratamento.

O melhor medicamento é o tiabendazol(Thiaben). Possui excelente ação medicamentosa contra as fêmeas partenogenéticas, em uma única dose. Nos casos de reinfecções(endógenas ou exógenas) há necessidade de repetição semanal do medicamento, durante cerca de um mês; juntamente com a medicação, há necessidade de se fazer exames de fezes sucessivos, pois o tiabendazol só atua sobre as fêmeas partenogenéticas, e as larvas presentes na corrente sanguínea ou nos tecidos pulmonares poderão dar formas parasitárias. Nos casos de auto infecção interna, em que há constipação intestinal, é importante que além da terapêutica específica se administre um laxativo ao paciente, afim de estimular as defecações diárias e impedir a formação de larvas filarióides pelo retardamento do bolo fecal.
Em todos os casos de terapêutica, é recomendável oferecer ao paciente uma dieta leve, mas rica, e de fácil assimilação.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Pedras no rins.


Os cálculos ou pedras renais são depósitos minerais que se formam dentro nos rins e podem estar presentes em várias partes das vias urinárias. Eles se iniciam como partículas microscópicas e se desenvolvem com o passar do tempo até formarem os cálculos. O termo médico para este problema é nefrolitíase ou urolitíase.

Os rins filtram substâncias químicas vindas do sangue e que não servem mais para o organismo, a maior parte delas tóxicas, e os acrescenta à urina. Quando estas escórias não se dissolverem completamente na urina, cristais e cálculos renais são formados.


Os cálculos podem ser tão pequenos quanto grãos de areia e serem eliminados do organismo na urina sem causar qualquer desconforto, como também podem ser do tamanho de uma ervilha ou até maiores, causando sintomas. Embora alguns destes cálculos sejam tão grandes que não se desprendem dos rins, outros conseguem migrar pelo fino canal que liga o rim à bexiga, chamado ureter, onde eles são retidos. Veja quadro abaixo que relaciona o tamanho do cálculo e a probabilidade deles serem eliminados espontaneamente:

Cálculo dentro do ureter – Eliminação Espontânea
<4>6 mm
10%
Conduta
Conservadora
(Somente tratamento clínico)
Possível
Intervenção
(Cirurgia, litotripsia, etc)
Provável
Intervenção
(Cirurgia, litotripsia, etc)


Os cálculos renais retidos podem causar muitos sintomas diferentes, incluindo dor extrema (cólica renal), interrupção ou diminuição do fluxo de urina (anúria ou oligúria, respectivamente) e sangramento das paredes das vias urinárias (hematúria).

Os cálculos renais são um problema muito comum, afetando 10 por cento das pessoas no mundo inteiro. Há vários tipos diferentes de cálculos, e uma variedade de razões pelas quais eles se formam. Os cálculos renais são classificados de acordo com sua composição química. A tabela abaixo relaciona a composição dos cálculos urinários com sua incidência nos casos de calculose renal:

Composição Química:


Porcentagem
Oxalato de Cálcio (puro ou misto)
75%
Fosfato Amoníaco Magnesiano (Estruvita)
10%
Ácido Úrico
8%
Fosfato de Cálcio
5%
Cistina
1%
Outros
1%


Quadro Clínico

Os cálculos renais podem não causar sintomas ou se manifestar de forma aguda como cólica renal. Aproximadamente uma em cada 200 pessoas desenvolvem pedras nos rins.

Cálculos localizados no interior do rim (pelve renal) podem apresentar pouco ou nenhum sintoma. Muitos cálculos renais pequenos podem ser eliminados na urina sem causar sintomas. Cálculos maiores podem ser retidos (se prender) no ureter, causando cólicas intensas na região lombar (costas) ou nos flancos (de lado).

A presença de dor lombar aguda, sangramento na urina (hematúria), náuseas, vômitos e infecção urinária devem alertar o paciente quanto a uma crise de cólica renal. A cor da urina pode ser normal, rosada ou vermelha. Se a dor muda de lugar, indo em direção à virilha, normalmente indica que a pedra migrou para baixo, dentro do ureter, e está mais próximo à bexiga. Com a proximidade do cálculo à bexiga, pode aparecer uma vontade aumentada e constante de urinar (polaciúria) ou uma sensação de ardência ao urinar (disúria). Quando pedras são eliminadas na urina, muitas vezes o paciente pode ver a saída dos cálculos.

Diagnóstico

Na história clínica o médico irá rever os sintomas e perguntará sobre qualquer mudança na cor da urina. Ele irá perguntar se alguém na família já teve cólica renal por cálculos, e se o paciente ou algum familiar já teve gota (distúrbio do ácido úrico).

A ultra-sonografia dos rins e vias urinárias, a radiografia simples de abdome, a tomografia computadorizada de abdome e a urografia excretora (veja figura abaixo) são os exames de imagem mais recomendados para o diagnóstico de litíase renal.

Podem ser feitos exames de sangue e de urina para identificar uma causa tratável de cálculos.

Se você não tem nenhum sintoma e você encontra um cálculo em sua urina, guarde-o e leve à consulta para mostrá-lo a seu médico. Ele poderá enviá-lo para o laboratório de análises químicas para ver sua composição.


Prevenção

Em geral, pode-se ajudar a prevenir os cálculos renais tomando bastante líquido e evitando a desidratação. Isto dilui a urina e diminui as chances das substâncias químicas se combinarem e formar os cálculos.

Pode-se prevenir a formação de cálculos de oxalato de cálcio ingerindo leite desnatado e outros alimentos ricos em cálcio. Porém, consumir suplementos à base de cálcio podem aumentar o risco de formação dos cálculos. O cálcio na dieta liga-se ao oxalato dentro dos intestinos diminui a quantidade de oxalato que entra no sangue, com isso, há uma menor eliminação na urina. Pessoas que excretam muito oxalato na urina devem evitar comer comidas com alto teor de oxalato, incluindo beterraba, espinafre, rúcula, etc. Chá, café, refrigerantes à base de cola, chocolate e nozes também contêm oxalato, mas estes podem ser usados com moderação. Ingerir muito sal e carne podem levar à maior formação de cálculos.

Tratamento

Em muitos casos, um cálculo renal pequeno pode eventualmente ser eliminado pela urina por si só, especialmente se a pessoa bebe bastante líquido. Sob prescrição médica, a pessoa pode permanecer normalmente em casa, aliviando a dor com analgésicos (Voltaren, Arcoxia, Profenid, Feldene, etc) e antiespasmódicos (Buscopan). Cálculos de ácido úrico poderão ser tratados clinicamente com grande ingestão de água, alcalinizantes da urina e substâncias que interferem na sua formação. Já os cálculos de cálcio não dissolvem dessa maneira.

Porém, se o cálculo for muito grande, se a dor é insuportável ou se houver infecção ou hemorragia significativas, pode ser necessário remover o cálculo ou quebrá-lo em partes menores. Há várias opções para destruir cálculos alojados nas vias urinárias:

Litotripsia Extracorpórea por Ondas de Choque (LECO) — Revolucionou o tratamento da litíase urinária devido ao fato de ser pouco invasiva, eficaz e de baixa morbidade. As ondas de choque aplicadas aos cálculos renais fraturam externamente em fragmentos menores devido a um fenômeno chamado cavitação. Os fragmentos são eliminados na urina. Não requer anestesia, quando muito uma sedação, e é realizado no consultório. Para cálculos renais o índice de sucesso é de 80% e para os ureterais é de 85%.
Litotripsia Percutânea por Ultra-som — Um instrumento semelhante a um tubo estreito é passado por uma pequena incisão nas costas em direção ao rim e ondas de ultra-som irão atingir os cálculos e dividi-los em pequenas partes. Os fragmentos dos cálculos são então eliminados na urina.



Litotripsia com Laser — Um feixe de laser separa os cálculos no ureter para torná-los mais fáceis de serem eliminados.
Uretroscopia — Uma sonda endoscópica muito pequena é inserida na uretra e guiada até a bexiga. O cálculo é fragmentado ou então é removido inteiro dependendo do tamanho.


O método será escolhido de acordo com o local em que o cálculo se encontra:

Rim:
Litotripsia por ondas de choque;
Litotripsia Percutânea - a energia é aplicada diretamente sobre o cálculo através de um endoscópio que é inserido no rim;
Cirurgia tradicional com incisão.
Ureter:
Litotripsia de ondas de choque;
Litotripsia endoscópica;
Remoção endoscópica;
Cirurgia tradicional com incisão.

Bexiga:
Extração Endoscópica ou litotripsia;
Cirurgia tradicional com incisão.

É rara a necessidade de cirurgia para remover cálculos renais.

Após os cálculos renais serem eliminados, é possível evitar que eles venham a se formar novamente com o uso de medicamentos ou mudanças na dieta. Por exemplo, medicamentos como os diuréticos tiazídicos (Hidroclorotiazida) podem ser prescritos para algumas pessoas com cálculos renais compostos de cálcio, enquanto algumas pessoas com cálculos de ácido úrico podem ser tratadas com Alopurinol (Zyloric ®).

Qual médico procurar?

O médico que acompanha os casos de cálculos renais é o Urologista. Em situações de urgência, deve-se inicialmente procurar o pronto socorro e depois ser acompanhado pelo Urologista.

Deve-se procurar o pronto socorro quando houver:

Cólica renal (dor intensa na região lombar ou nos flancos), com ou sem náuseas e vômitos;
Diurese (urina) freqüente, fora do normal, ou um desejo persistente de urinar (polaciúria);
Uma queimação (algúria) ou desconforto ao urinar (disúria);
Sangramento na urina (hematúria).

Como os cálculos renais retidos podem levar à infecção urinária, deve-se procurar o médico quando se é portador de cálculos renais e tiver febre, calafrios, ou se a urina estiver com mal cheiro, espessa ou escurecida.

Prognóstico

Quando um cálculo renal é retido no ureter, ele pode permanecer lá até ser removido, ou eventualmente pode mover-se em direção à bexiga e ser eliminado na urina sem “ajuda”. Pode levar horas, dias ou semanas para um cálculo ser eliminado. Via de regra, os cálculos menores têm mais chance de serem eliminados espontaneamente. Os cálculos maiores permanecerão retidos no ureter, causando obstrução do fluxo de urina, causando dor, sangramento e eventualmente infecção. As pessoas que já tiveram um cálculo renal têm uma chance de 50% de desenvolver um novo cálculo nos próximos 5 a 10 anos, mas os outros 50% que eliminaram o cálculo jamais terão um segundo.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Insuficiência renal.




Insuficiência renal é a falência do rim, é a impossibilidade de realizar suas funções de maneira satisfatória.

A função do rim:

O rim é o órgão responsável pela filtragem do sangue, retirando do sangue a uréia, o ácido úrico, o fósforo e o hidrogênio. Além disso, reabsorve albumina, sódio, potássio e cálcio.
O rim também é responsável pela produção dos seguintes hormônios:
Eritropoietina - estimula a produção de glóbulos vermelhos
Sistema renina angiotensina aldosterona - Aumenta a pressão arterial
Calcitriol - Vitamina D ativada, aumentando o cálcio dos ossos.

Classificação:

A insuficiência renal é classificada em aguda e crônica. Aguda é quando esta insuficiência é instalada em horas ou no máximo poucos dias. Uma insuficiência renal aguda pode progredir para crônica ou melhorar, mas a insuficiência renal crônica pode ir se instalando aos poucos, piorando gradativamente o quadro renal, sem nunca ter passado pela forma aguda. A insuficiêmcia renal crônica é a considerada não reversível, restando no fim apenas a hemodiálise e transplante renal.
A insuficiência renal aguda é classificada em "Pré renal", "Renal" e "Pós renal". A insuficiência renal aguda pré renal é aquela que ocorre porque o sangue não chega com volume suficiente no rim. Isto pode ocorrer por choque não tratado adequadamente, ficando o rim muito tempo com baixo fluxo sanguíneo.O melhor tratamento nestes casos é geralmente a reposição de volume com soluções salinas.Geralmente ocorre por queda do LEC(liquido extracelular) que é sinalizado por queda do pulso venoso jugular e pressao sanguinea.Um aumento do LEC também pode causar IRA desde que esteja associado com diminuiçao do volume sanguineo absoluto. O tipo pós renal ocorre quando há uma obstrução na saída da urina, como uma sonda vesical mal posicionada, um cálculo renal obstruindo o ureter ou uma ligadura cirurgica do ureter. As causas renais são aquelas em que a doença está no próprio rim. As principais causas são:
Glomerulonefrites Crônicas
Pielonefrites crônicas (infecção do rim)
Nefropatias de origem
genética como rins policísticos
Nefropatia causada pelo
diabetes mellitus
Nefropatia causada por tocicidade
medicamentosa
Nefropatia causadas por alterações na
artéria renal
A principal causa de de insuficiencia do parênquima renal é a necrose tubular aguda(NTA) resultante de um ataque isquêmico ou nefrotoxico.Seu diagnóstico é feito através da exclusao de outras patologias como a glomerulonefrite,vasculites etc.
Aproximadamente 180 litros de sangue são filtrados e refiltrados pelos rins todos os dias. Em situações normais o rim produz cerca de 1,2 litro de
urina por dia, podendo produzir mais caso haja ingestão de muito liquido e menos caso haja restrição hídrica.
Tratamento:

O tratamento da insuficiência renal vai depender da fase em que o paciente se encontra. Caso seja uma insuficiência renal aguda do tipo pré renal recomenda-se fornecer volume na forma de solução salina, cuidando para evitar a sobrecarga e insuficiência cardíaca congestiva. Na insuficiência aguda pós renal,o tratamento consiste em desobstruir a saída da urina. Para o tipo renal, o melhor tratamento é a prevenção, tratando adequadamente a hipertensão arterial, o diabetes mellitus e evitando medicamentos nefrotóxicos. As infecções devem ser prontamente tratadas para evitar suas complicações, portanto se você acha que se encontra com um desses quadros clínicos, procure imediatamente um nefrologista, pois ele é o profissional indicado para prescrever-te um tratamento.

Doenças Renais no Brasil e no Mundo:

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) , um grande número de pessoas sofre de doenças renais. Algumas apresentam doenças como diabetes e pressão alta que, senão tratadas corretamente podem ocasionar à falência total do funcionamento renal. Existem outras que quando são diagnosticadas já estão com os rins totalmente debilitados, ocorrendo neste caso o encaminhamento do paciente para a diálise. Na maioria dos casos, este tratamento acaba sendo feito para o resto da vida, caso não haja a possibilidade de se fazer o transplante.
Em todo o mundo, 500 milhões de pessoas sofrem de problemas renais e 1,5 milhão delas estão em diálise. As estatísticas revelam também que uma em cada dez pessoas no mundo sofre de doença renal crônica. De acordo com os dados, pacientes com esse tipo de doença têm 10 vezes mais riscos de morte prematura por doenças cardiovasculares. A estimativa é de que 12 milhões de pessoas no mundo morrem por ano de doenças cardiovasculares relacionadas a problemas renais crônicos.
Mais de 80% dos pacientes que fazem diálise, segundo informações da Sociedade Brasileira de Nefrologia, estão nos países desenvolvidos. Na Índia e Paquistão, por exemplo, menos de 10% das pessoas que precisam recebem algum tipo de terapia e na África quase não há acesso ao tratamento e as pessoas acabam morrendo.
O crescente número de doentes renais no Brasil já o tornou o terceiro maior mercado de hemodiálise do mundo. No Brasil a doença atinge 2 milhões de pessoas, sendo que 60% não sabem . Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, em 2005, foram 32.329 novos pacientes. A taxa de aumento de 2005 para 2006 foi estimada em 8,8%. Segundo as informações, dos 120 mil brasileiros que precisam fazer hemodiálise, apenas 70 mil estão em tratamento. Em janeiro de 2006 o número de pacientes chegou a 70.872. O número de óbitos em 2005 foi de 12.528, sendo a taxa de mortalidade de 13%.
No Brasil, 95,2% dos centros de tratamento dialítico possuem convênio com o SUS; 89,9% dos pacientes são reembolsados pelo SUS e, 12,1% dos pacientes possuem outros convênios. Os números apontam ainda que 47% dos pacientes em diálise estão na fila do transplante renal e 25% dos pacientes em tratamento, são diabéticos. Estima-se que em 2010 o número de pessoas em diálise no Brasil seja de 125 mil.

Projetos de Prevenção às Doenças Renais:

Existem empresas e entidades que deselvovem ações para conscientizar as pessoas sobre às doenças renais. A maioria delas têm como objetivo despertar na população, que a prevenção ainda é o melhor remédio.
Entre eles podemos destacar:
Campanha de Prevenção de Doença Renal da Sociedade Brasileira de Nefrologia
Este Blog pretende abrir um espaço para a discussão em torno do assunto e foi desenvolvido pela Sultech.
Liga Acadêmica de Prevenção às Doenças Renais (PRE-RENAL), da UFJF
A PRE-RENAL é uma Liga Acadêmica da UFJF que realiza ações e campanhas com o intuito de despertar a atenção da população para a importância de prevenir e tratar a DRC nas suas fases iniciais.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Reumatismo.




Breve passeio pela história da Reumatologia.



O que é reumatismo?



Sob a denominação reumatismo estão mais de 100 doenças diferentes. Muitos pensam em reumatismo quando sentem dores ao longo dos músculos e tendões (os pacientes freqüentemente mostram tendões e os identificam como nervos). Outros, referem-se às doenças articulares. Todos estão certos, mas falta muito mais...
Nos modernos livros-texto de reumatologia não há a preocupação em conceituar-se reumatismo. Realmente, a diversidade de doenças reumáticas existentes impede uma definição que abranja adequadamente todas elas pois os mecanismos causadores das doenças e os órgãos atingidos variam bastante.
Para que o leitor fique familiarizado com o tema, propomos um breve passeio pela história da reumatologia.
Iniciemos com Hipócrates. Ele foi um médico grego que viveu no século VI a.C. e é considerado o pai da medicina. Hipócrates descreveu doenças com tal precisão que podemos presumir, hoje, quais sejam.
Ele pensava que a artrite era causada por fluídos que vinham da bile e do cérebro. Em grego, fluir, correr é rheuma e esta palavra foi utilizada, mais tarde, para reunir as doenças que cursam com artrite.
Hipócrates descreveu a podagra (podos é pé e agra é ataque); logo, estava vendo pacientes com ataque agudo de inflamação no pé. Provavelmente, tratava-se de gota. Esta doença ocorre, principalmente, em homens adultos que têm o ácido úrico no sangue acima do valor normal (as mulheres só terão ácido úrico alto após a menopausa; antes é raríssimo). Artrite gotosa pode ocorrer em outras articulações, mas a mais freqüente forma de início é na articulação do dedão do pé com o primeiro metatarsiano e a expressão podagra é utilizada para este evento.
Também descreveu a gonagra (gonos = joelho, em grego). Artrite aguda do joelho pode ser gota mas muitas diferentes infecções, doenças inflamatórias de causa desconhecida como artrite reumatóide, uma doença da pele, psoríase, outro cristal (de cálcio) podem iniciar deste modo e também devem ser lembradas.
Hipócrates citou a artrite na criança que cura. Deve ser febre reumática. Esta doença é secundária a uma infecção por um tipo especial de estreptococo na garganta. Cerca de 4% das crianças não tratadas com antibiótico terão, em duas semanas, artrite que migra pelas articulações e desaparece espontaneamente em semanas. O grave problema da febre reumática é o comprometimento simultâneo do coração, levando a lesões valvulares irreversíveis.
A artrite das puérperas suscita pensar-se em artrite purulenta pelo gonococo (havendo infecção genital, o parto cria condições para disseminação das bactérias pelo sangue) e, também, em lúpus.
Nesta última doença, a inflamação pode ocorrer em qualquer órgão mas são muito mais freqüentes dermatite e artrite. Início ou agudização após parto são comuns.
Outra descrição interessante é o reumatismo das histéricas. Tratam-se de mulheres queixando-se de dor generalizada e que têm importante componente psiquiátrico associado. Durante muito tempo usou-se o nome reumatismo psicogênico para esta doença e, atualmente, ela é conhecida como fibromialgia. Sono não-reparador, dor difusa pelo corpo e fadiga são as características principais da fibromialgia. Certamente não é uma doença psicogênica mas as pacientes com fibromialgia têm um componente psiquiátrico associado que se presume ser conseqüente ao mesmo defeito que gera os sintomas orgânicos.




O que aprendemos até aqui?



Doenças diferentes provocam artrite. Toda vez que houver artrite não-traumática há um reumatismo. As articulações são o local preferencial dos reumatismos mas estes podem comprometer outros órgãos.
Também há reumatismos que não atingem as articulações. Mas, antes de finalizar esta pequena introdução, ainda há informações que devem ser apresentadas as quais permitirão ao leitor entendimento maior do tema:
A doença articular mais freqüente é a artrose (ou osteoartrite). O tecido primariamente comprometido é a cartilagem articular.
A coluna vertebral é uma "pilha de articulações" que também são atingidas em alguns reumatismos. Dor na coluna pode ser reumatismo.
Artrite reumatóide, lupus, dermatopolimiosite (inflamação da pele e músculos), esclerodermia/esclerose sistêmica (inflamação e fibrose da pele e outros órgãos), vasculites (inflamação de artérias ou veias) têm mecanismo auto-imune (anticorpos dirigidos contra constituintes próprios do organismo provocando inflamação). Estas doenças são reumáticas na medida em que cursam com artrite ou têm mecanismos semelhantes na sua origem.
Várias doenças reumáticas podem iniciar na infância ou adolescência. Febre reumática não é a causa mais freqüente de artrite em criança.
A expressão "reumatismo no sangue" não deve ser utilizada. O sangue é utilizado para exames laboratoriais que identificarão as alterações inerentes a cada doença.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Gonorreia.


A gonorréia ou blenorragia é uma doença sexualmente transmissível (DST), causada pela bactéria Neisseria gonorrheae, ou gonococo.

A N.gonorrhoeae é uma bactéria Gram-negativa, que à microscopia óptica tem forma de diplococos medindo cerca de 1 micrometro (são cocos assemelhados a um rim, e que se agrupam aos pares).

O fator mais importante de virulência do gonococo é a existência de pílios e da proteína Opa. Estas estruturas permitem à bactéria permanecer aderente à mucosa do tracto urinário, resistindo ao jato da micção.

O gonococo infecta principalmente as células cilíndricas da uretra, poupando geralmente a vagina e útero, cujos epitélios são de células escamosas.


Transmissão:


Ocorre durante o ato sexual quando a(o) companheiro(a) estão contaminados; no parto normal, se a mãe estiver infectada, ou por contaminação indireta se, por exemplo, uma mulher usar artigos de higiene íntima de uma amiga contaminada (evento considerado raro). Há casos raríssimos de contágio em vasos sanitários, se houver um ferimento proeminente na vulva feminina e por contágio através de uso de artefactos contundentes ou agulhas infectadas.


Progressão e Sintomas:


O intervalo de tempo entre a contaminação e o surgimento dos sintomas e o período de incubação é curto, de 2 a 4 dias, excepcionalmente podendo alcançar 10 dias, em casos extremamente raros pode chegar a 30 dias.
Normalmente o mais comum no homem é a ardência ao urinar ou
disúria acompanhada de febre baixa e o aparecimento de um corrimento amarelo e purulento saindo da uretra. Por isso é também conhecida como uretrite gonocócica. Das mulheres, 70% não apresentam sintomas (perigoso porque podem se desenvolver complicações sem tratamento). Nas restantes é comum ocorrerem dores ou disúria ao urinar, acompanhada de Incontinência Urinária(urina solta) e corrimento vaginal. Uma complicação perigosa é consequência de disseminação para o tracto genital superior, com dores abdominais após algumas semanas da contaminação, a DIP – Doença Inflamatória Pélvica. Esta é devida a infecção do útero, tubas uterinas e cavidade abdominal. Pode resultar em infertilidade.
No homem pode haver
prostatite, epididimite e raros casos de infertilidade. Na mulher a infecção gonocócica não costuma se manter na vagina devido as defesas naturais, por ser este um ambiente ácido. Já a uretra, o colo do útero e glândulas da vulva são habitualmente atingidas pelo gonococo em face da concepção orgânica de cada pessoa e dobras naturais que favorecem a proliferação das bactérias. Nas trompas ocorre a invasão progressiva acompanhada de reação inflamatória, podendo produzir abscessos ou obstruções severas. Na região da vulva pode afetar a Glândula de Bartholin, ocasionando as chamadas Bartholinites: essa inflamação deixa a vulva sensível e perigosamente exposta a novas infecções. Em alguns casos raros não tratados o gonococo pode se disseminar através da circulação, afetando principalmente a pele, articulações, cérebro, válvulas cardíacas, faringe e olhos. É comum estar associada a infecção por Chlamidia trachomatis.


Conjuntivite gonocócica:


Causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, instala-se nos olhos originando a conjuntivite gonocócica, no recém nascido, denominada Oftalmia neonatorum. No adulto ela ocorre por auto inoculação. Para evitar esta complicação que deixa a criança cega, era utilizada nas maternidades um colírio de nitrato de prata (técnica de Crede). Hoje utiliza-se antes um antibiótico como a tetraciclina, eritromicina ou ceftriaxone, logo após o nascimento. No parto, também pode ocorrer gonorréia nos órgãos sexuais do recém nascido, no entanto, a maioria das crianças com gonorréia são infectadas através do abuso sexual.


Diagnóstico:


O diagnóstico é basicamente clínico, não havendo necessidade de exames laboratoriais específicos. Porém, se houver necessidade como, por exemplo, estudos epidemiológicos. O mais eficiente é o chamado coleta "in vitro" ou local - o que já não é utilizado ha muitos anos. Atualmente com uma cultura de secreção uretral é possível saber com segurança se está ou não infectado. O material é colhido através de um "swab" (uma longa haste com pedaço de algodão na ponta)e logo após é transposto em um campo de cultura e após 72 horas o especialista conta a quantidade de bactérias por mm² indicando assim o grau de contaminação do(a) paciente.
O gonococo tem aparência típica à microscopia e necessita de 10% de CO2 no meio para se multiplicar.


Tratamento:


Além de medidas de higiene, e o uso de protecção (preservativo/camisinha) compreende o uso de antibióticos e quimioterápicos, sob rigorosa prescrição médica, pois pode haver um mascaramento da doença, com consequencias imprevisíveis para a pessoa.
Antigamente, antibiótico de escolha era a
penicilina G, entretanto devido a resistência das cepas a esse antibiótico nos últimos anos hoje se faz uso de Ampicilina em dose única de 3,5g + 1g de Probenecida, devendo fazer teste após 7 semanas p/ homens e 10 p/ mulheres.


Complicações:

sábado, 11 de julho de 2009

Diabetes.




Diabetes mellitus''' é uma doença metabólica caracterizada por um aumento anormal da glicose ou açúcar no sangue. A glicose é a principal fonte de energia do organismo, mas quando em excesso, pode trazer várias complicações à saúde.
Quando não tratada adequadamente, causa doenças tais como
infarto do coração, derrame cerebral, insuficiência renal, problemas visuais e lesões de difícil cicatrização, dentre outras complicações.
Embora ainda não haja uma cura definitiva para o Diabetes, há vários tratamentos disponíveis que, quando seguidos de forma regular, proporcionam saúde e qualidade de vida para o paciente portador.
Atualmente, a
Organização Mundial da Sáude estima que cerca de 240 milhões de pessoas sejam diabéticas em todo o mundo, o que significa que 6% da população tem diabetes.
Segundo uma projeção internacional, a população de doentes diabéticos a nível mundial vai aumentar até 2025 em mais de 50%, para 380 milhões de pessoas a sofrerem desta doença crônica.

Epidemiologia:

O Diabetes afeta cerca de 12% da população no Brasil (aproximadamente 22 milhões de pessoas) e 5% da população de Portugal (500 mil pessoas).
De acordo com a
Organização Mundial da Saúde, em 2006 havia cerca de 171 milhões de pessoas doentes da Diabetes, e esse índice aumenta rapidamente. É estimado que em 2030 esse número dobre. A Diabetes Mellitus ocorre em todo o mundo, mas é mais comum (especialmente a tipo II) nos países mais desenvolvidos. O maior aumento atualmente é esperado na Ásia e na África, onde a maioria dos diabéticos será visto em 2030. O aumento do índice de Diabetes em países em desenvolvimento segue a tendência de urbanização e mudança de estilos de vida.
A diabetes está na lista das 5 doenças de maior índice de morte no mundo, e está chegando cada vez mais perto do topo da lista. Por pelo menos 20 anos, o número de diabéticos na América do Norte está aumentando consideravelmente. Em 2005 eram em torno de 20.8 milhões de pessoas com diabetes somente nos Estados Unidos. De acordo com a American Diabetes Association existem cerca de 6.2 milhões de pessoas não diagnosticadas e cerca de 41 milhões de pessoas que poderiam ser consideradas pré-diabéticas. Os Centros de Controles de Doenças classificaram o aumento da doença como epidêmico, e a NDIC (National Diabetes Information Clearinghouse) fez uma estimativa de US$132 bilhões de dólares, somente para os Estados Unidos este ano.

Causas e Fisiopatologia:

Existem dois mecanismos fundamentais:

Falta de insulina. Nestes casos, o pâncreas não produz insulina ou a produz em quantidades muito baixas. Com a falta de insulina, a glicose não entra nas células, permanecendo na circulação sanguínea em grandes quantidades. Para esta situação, os médicos chamaram esse tipo de Diabetes de Diabetes Mellitus tipo 1 (DM tipo 1).A diabetes mellitus do tipo I é também caracterizada pela produção de anticorpos à insulina (doença auto-imune). É muito recorrente em pessoas jovens, e apresenta sintomatologia definida, onde os enfermos perdem peso.
Mau funcionamento ou diminuição dos receptores das células. Nestes casos, a produção de insulina está normal. Mas como os receptores (portas) não estão funcionando direito ou estão em pequenas quantidades, a insulina não consegue promover a entrada de glicose necessária para dentro das células, aumentando também as concentrações da glicose na corrente sanguínea. A esse fenômeno, os cientistas chamaram de “resistência à insulina”. Para esse segundo tipo de Diabetes, o médicos deram o nome de Diabetes Mellitus tipo 2 (DM tipo 2).

Genética:

Ambos os tipos 1 e 2 de diabetes são no mínimo parcialmente herdáveis, sendo a do tipo 2 a que apresenta mais herdabilidade. O tipo 1 de diabetes parece ser desencadeado por infecções (principalmente virais) e, em uma proporção menor de pessoas, por exposições ambientais a drogas ou estresse.
Existe um forte padrão de herança para o diabetes do tipo 2. Aquelas pessoas com parentes de primeiro grau com diabetes do tipo 2 possuem um risco muito maior de desenvolver a diabetes tipo 2, com o risco aumentando com o número de parentes acometidos. A concordância entre
gêmeos monozigóticos é de quase 100% e cerca de 25% das pessoas com a doença possuem uma história na família de diabetes.

Fisiopatologia:

O pâncreas é o órgão responsável pela produção do hormônio denominado insulina. Este hormônio é responsável pela regulação da glicemia (glicemia: nível de glicose no sangue). Para que as células das diversas partes do corpo humano possam realizar o processo de respiração aeróbica (utilizar glicose como fonte de energia), é necessário que a glicose esteja presente na célula. Portanto, as células possuem receptores de insulina (tirosina quinase) que, quando acionados "abrem" a membrana celular para a entrada da glicose presente na circulação sanguínea. Uma falha na produção de insulina resulta em altos níveis de glicose no sangue, já que esta última não é devidamente dirigida ao interior das células.
Visando manter a glicemia constante, o pâncreas também produz outro hormônio antagónico à
insulina, denominado glucagon. Ou seja, quando a glicemia cai, mais glucagon é secretado visando reestabelecer o nível de glicose na circulação.O glucagon é o hormônio predominante em situações de jejum ou de estresse, enquanto a insulina tem seus níveis aumentados em situações de alimentação recente.
Como a
insulina é o principal hormônio que regula a quantidade de glicose absorvida pela maioria das células a partir do sangue (principalmente células musculares e de gordura, mas não células do sistema nervoso central), a sua deficiência ou a insensibilidade de seus receptores desempenham um papel importante em todas as formas da diabetes mellitus.
Grande parte do
carboidrato dos alimentos é convertido em poucas horas no monossacarídeo glicose, o principal carboidrato encontrado no sangue. Alguns carboidratos não são convertidos. Alguns exemplos incluem a frutose que é utilizada como um combustível celular, mas não é convertida em glicose e não participa no mecanismo regulatório metabólico da insulina / glicose; adicionalmente, o carboidrato celulose não é convertido em glicose, já que os humanos e muitos animais não têm vias digestivas capazes de digerir a celulose.
A insulina é liberada no sangue pelas
células beta (células-β) do pâncreas em resposta aos níveis crescentes de glicose no sangue (por exemplo, após uma refeição). A insulina habilita a maioria das células do corpo a absorverem a glicose do sangue e a utilizarem como combustível, para a conversão em outras moléculas necessárias, ou para armazenamento. A insulina é também o sinal de controle principal para a conversão da glicose (o açúcar básico usado como combustível) em glicogênio para armazenamento interno nas células do fígado e musculares. Níveis reduzidos de glicose resultam em níveis reduzidos de secreção de insulina a partir das células beta e na conversão reversa de glicogênio a glicose quando os níveis de glicose caem.
Níveis aumentados de insulina aumentam muitos processos
anabólicos (de crescimento) como o crescimento e duplicação celular, síntese protéica e armazenamento de gordura.
Se a quantidade de insulina disponível é insuficiente, se as células respondem mal aos efeitos da insulina (insensibilidade ou resistência à insulina), ou se a própria insulina está defeituosa, a glicose não será administrada corretamente pelas células do corpo ou armazenada corretamente no fígado e músculos. O efeito dominó são níveis altos persistentes de glicose no sangue, síntese protéica pobre e outros distúrbios metabólicos, como a
acidose.

Diagnóstico:
A diabetes mellitus é caracterizada pela hiperglicemia recorrente ou persistente, e é diagnosticada ao se demonstrar qualquer um dos itens seguintes:
Nível plasmático de glicose em jejum maior ou igual a 126 mg/dL (7,0 mmol/l)em duas ocasiões.
Nível plasmático de glicose maior ou igual a 200 mg/dL ou 11,1 mmol/l duas horas após uma dose de 75g de glicose oral como em um teste de tolerância à glicose em duas ocasiões.
Nível plasmático de glicose aleatória em ou acima de 200 mg/dL ou 11,1 mmol/l associados a sinais e sintomas típicos de diabetes.
O Diabetes Melito Gestacional possui critérios de diagnóstico diferentes.

Diabetes mellitus tipo 1:

No caso da Diabetes mellitus tipo 1, esta aparece quando o Sistema imunitário do doente ataca as células beta do pâncreas. A causa desta confusão ainda não foi definida, apesar de parecer estar associada a casos de constipações e outras doenças. O tipo de alimentação, o estilo de vida, etc. não têm qualquer influência no aparecimento deste tipo de diabetes.
Normalmente se inicia na
infância ou adolescência, e se caracteriza por um déficit de insulina, devido à destruição das células beta do pâncreas por processos auto-imunes ou idiopáticos. Só cerca de 1 em 20 pessoas diabéticas tem diabetes tipo 1, a qual se apresenta mais freqüentemente entre jovens e crianças. Este tipo de diabetes se conhecia como diabetes mellitus insulino-dependente ou diabetes infantil. Nela, o corpo produz pouca ou nenhuma insulina. As pessoas que padecem dela devem receber injeções diárias de insulina. A quantidade de injeções diárias é variável em função do tratamento escolhido pelo endocrinologista e também em função da quantidade de insulina produzida pelo pâncreas. A insulina sintética pode ser de ação lenta ou rápida: a de ação lenta é ministrada ao acordar e ao dormir; a de ação rápida é indicada logo após grandes refeições. Para controlar este tipo de diabetes é necessário o equilíbrio de três fatores: a insulina, a alimentação e o exercício.
Sobre a alimentação é preciso ter vários fatores em conta. Apesar de ser necessário algum rigor na alimentação, há de lembrar que este tipo de diabetes atinge essencialmente jovens, e esses jovens estão muitas vezes em crescimento e têm vidas ativas. Assim, o plano alimentar deve ser concebido com isso em vista, uma vez que muitas vezes se faz uma dieta demasiado limitada para a idade e atividade do doente. Para o dia a dia, é desaconselhável a ingestão de carboidratos de ação rápida (sumos, bolos, cremes) e incentivado os de ação lenta (pão, bolachas, arroz, massa...) de modo a evitar picos de glicemia.
Muitas vezes se ouve que o diabético não pode praticar exercício. Esta afirmação é completamente falsa, já que o exercício contribui para um melhor controle da diabetes, queimando excesso de açúcar, gorduras e melhorando a qualidade de vida. Por vezes, torna-se necessário dobrar um pouco as regras: para praticar exercícios que requerem muita energia é preciso consumir muita energia, ou seja, consumir carboidratos lentos e rápidos.
Diabetes mellitus tipo 2: Já não se deve usar o termo Diabetes Não Insulino-dependente, mas sim Diabetes Tardio, tem mecanismo fisiopatológico complexo e não completamente elucidado. Parece haver uma diminuição na resposta dos receptores de glicose presentes no tecido periférico à insulina, levando ao fenômeno de resistência à insulina. As células beta do pâncreas aumentam a produção de insulina e, ao longo dos anos, a resistência à insulina acaba por levar as células beta à exaustão.
Desenvolve-se freqüentemente em etapas adultas da vida e é muito freqüente a associação com a obesidade e idosos; anteriormente denominada diabetes do adulto, diabetes relacionada com a obesidade, diabetes não insulino-dependente. Vários fármacos e outras causas podem, contudo, causar este tipo de diabetes. É muito freqüente a diabetes tipo 2 associada ao uso prolongado de corticóides, freqüentemente associada à hemocromatose não tratada.

Diabetes gestacional:

A diabetes gestacional também envolve uma combinação de secreção e responsividade de insulina inadequados, assemelhando-se à diabetes tipo 2 em diversos aspectos. Ela se desenvolve durante a gravidez e pode melhorar ou desaparecer após o nascimento do bebê. Embora possa ser temporária, a diabetes gestacional pode trazer danos à saúde do feto e/ou da mãe, e cerca de 20% a 50% das mulheres com diabetes gestacional desenvolvem diabetes tipo 2 mais tardiamente na vida.
A diabetes mellitus gestacional (DMG) ocorre em cerca de 2% a 5% de todas as
gravidezes. Ela é temporária e completamente tratável mas, se não tratada, pode causar problemas com a gravidez, incluindo macrossomia fetal (peso elevado do bebê ao nascer), malformações fetais e doença cardíaca congênita. Ela requer supervisão médica cuidadosa durante a gravidez. Os riscos fetais/neonatais associados à DMG incluem anomalias congênitas como malformações cardíacas, do sistema nervoso central e de músculos esqueléticos. A insulina fetal aumentada pode inibir a produção de surfactante fetal e pode causar problemas respiratórios. A hiperbilirrubinemia pode causar a destruição de hemácias. Em muitos casos, a morte perinatal pode ocorrer, mais comumente como um resultado da má profusão placentária devido a um prejuízo vascular.

Outros tipos:

Outros tipos de diabetes <5%>células beta.
B: Resistência à insulina determinada geneticamente.
C: Doenças no pâncreas.
D: Causada por defeitos hormonais.
E: Causada por compostos químicos ou fármacos.
F: Infecciosas (rubéola congênita, citamegalovírus e outros).
G: Formas incomuns de diabetes inmuno-mediadas (síndrome do "Homem Rígido", anticorpos anti-insulina e outros)
H: Outras síndromes genéticas algumas vezes associadas com diabetes (
síndrome de Down; síndrome de Klinefelter, síndrome de Turner, síndrome de Wolfram, ataxia de Friedreich, coréia de Huntington, síndrome de Laurence-Moon-Biedl, distrofia miotônica, porfiria, síndrome de Prader-Willi e outras).

Sinais e sintomas:

A tríade clássica dos sintomas da diabetes:
poliúria (pessoa urina com frequência),
polidipsia (sede aumentada e aumento de ingestão de líquidos),
polifagia (apetite aumentado).
Pode ocorrer
perda de peso. Estes sintomas podem se desenvolver bastante rapidamente no tipo 1, particularmente em crianças (semanas ou meses) ou pode ser sutil ou completamente ausente — assim como pode se desenvolver muito mais lentamente — no tipo 2. No tipo 1 pode haver também perda de peso (apesar da fome aumentada ou normal) e fadiga. Estes sintomas podem também se manifestar na diabetes tipo 2 em pacientes cuja diabetes é mal controlada.

Patofisiologia de alguns sinais e sintomas:
Quando a concentração de glicose no sangue está alta (acima do limiar renal), a reabsorção de glicose no túbulo proximal do rim é incompleta, e parte da glicose é excretada na urina (glicosúria). Isto aumenta a pressão osmótica da urina e consequentemente inibe a reabsorção de água pelo rim, resultando na produção aumentada de urina (poliúria) e na perda acentuada de líquido. O volume de sangue perdido será reposto osmoticamente da água armazenada nas células do corpo, causando desidratação e sede aumentada.
Quando os níveis altos de glicose permanecem por longos períodos, ocorre a absorção de glicose e isto causa mudanças no formato das
lentes dos olhos, levando a dificuldades de visão. A visão borrada é a reclamação mais comum que leva ao diagnóstico de diabetes; o tipo 1 deve ser suspeito em casos de mudanças rápidas na visão, ao passo que o tipo 2 geralmente causa uma mudança mais gradual.
Pacientes (geralmente os com diabetes tipo 1) podem apresentar também
cetoacidose diabética, um estado extremo de desregulação metabólica caracterizada pelo cheiro de acetona na respiração do paciente, respiração de Kussmaul (uma respiração rápida e profunda), poliúria, náusea, vômito e dor abdominal e qualquer um dos vários estados de consciência alterados (confusão, letargia, hostilidade, mania, etc). Na cetoacidose diabética severa, pode ocorrer o coma (inconsciência), progredindo para a morte. De qualquer forma, a cetoacidose diabética é uma emergência médica e requer atenção de um especialista. Um estado raro, porém igualmente severo, é o estado não-cetótico, que é mais comum na diabetes tipo 2, e é principalmente resultante da desidratação devido à perda de líquido corporal. Frequentemente o paciente têm ingerido quantidades imensas de bebidas contendo açúcar, levando a um ciclo vicioso em consideração à perda de líquido.

Complicações:

As complicações da diabetes são muito menos comuns e severas nas pessoas que possuem os níveis glicêmicos (de açúcar no sangue) bem controlados, mantendo-os entre 40 e 200mg/dl.
As complicações causadas pela diabetes se dão basicamente pelo excesso de glicose no sangue, sendo assim, existe a possibilidade de glicosilar as proteínas além de retenção de água na corrente sanguínea, e retirada da mesma do espaço intercelular.

Complicações agudas:


Complicações crônicas:

Aterosclerose
Hipertensão ( por aumento de H2O no sangue, além da glicolisação irregular do colágeno e proteínas das paredes endoteliais o que pode causar tromboses e coágulos por todo o sistema circulatório);
Tromboses e coágulos na corrente sanguínea;
Problemas dermatológicos ( por desnaturação de proteínas endoteliais)
Pé diabético
Problemas neurológicos principalmente no pé, como perda de sensibilidade e
propriocepção;
Dificuldade em coagular o sangue
Problemas metabólicos generalizados.
Fator de risco à
periodontite.

Tratamento:
A diabetes mellitus é uma doença crônica, sem cura por tratamentos convencionais, e sua ênfase médica deve ser necessariamente em evitar/administrar problemas possivelmente relacionados à diabetes, a longo ou curto prazo.
O tratamento é baseado cinco conceitos:
Conscientização e educação do paciente, sem a qual não existe aderência.
Alimentação e dieta adequada para cada tipo de diabetes e para o perfil do paciente.
Vida ativa, mais do que simplesmente exercícios.
Medicamentos:
Hipoglicemiantes orais
Insulina
Monitoração dos níveis de glicose e
hemoglobina glicada.
É extremamente importante a educação do paciente, o acompanhamento de sua dieta, exercícios físicos, monitoração própria de seus níveis de glicose, com o objetivo de manter os níveis de glicose a longo e curto prazo adequados. Um controle cuidadoso é necessário para reduzir os riscos das complicações a longo prazo.
Isso pode ser alcançado com uma combinação de dietas, exercícios e perda de peso (tipo 2), várias drogas diabéticas orais (tipo 2 somente) e o uso de insulina (tipo 1 e tipo 2 que não esteja respondendo à medicação oral). Além disso, devido aos altos riscos associados de doença cardiovascular, devem ser feitas modificações no estilo de vida de modo a controlar a pressão arterial e o
colesterol, se exercitando mais, fumando menos e consumindo alimentos apropriados para diabéticos, e se necessário, tomando medicamentos para reduzir a pressão.
Cura do Diabetes Mellitus Tipo 2 por Cirurgia
Um estudo feito por médicos franceses publicado na ScienceDirect, confirmou o que médicos já haviam observado, a cirurgia de redução de estomago (
Gastroplastia) usada no tratamento da obesidade mórbida ajuda a controlar o diabetes mellitus tipo 2, um estudo mais aprofundado feito por Francesco Rubino, levou à criação de uma cirurgia no intestino que tem alta eficiência no tratamento da diabetes tipo 2 para pessoas não obesas.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Halitose, Tratamento do mau hálito.




O mau halito não é uma doença e sim um sintoma ocasionado pelo habito incorreto da higiene bucal que pode estar combinado com outros fatores emocionais ou não. Alguém já comentou que você tem mal hálito?Você já tentou espionar a si mesmo para tentar identificar se tem o tal do mau hálito? Você desconfiou que logo pela manhã mesmo após escovar os dentes você sente um odor desagradável e acha que é da sua boca?
A melhor coisa a fazer é procurar um profissional que possa diagnosticar se o problema existe. Pois na maioria dos casos as pessoas mais próxima como, amigos e familiares podem não se sentir confortáveis suficiente para lhe falar sobre a presença do mal hálito, pois além de ser uma assunto delicado as pessoas bom ter medo de magoar.

Pesquisa sobre as causa do mau hálito:

Veja que de acordo com a pesquisa realizada pelo Prof. Daniel Van Steemberg (1999), juntamente com uma equipe de gastroenterologistas, otorrinolaringologistas, psiquiatras e periodontistas da Universidade de Leuven/Bélgica, 87% das causas da halitose são de ordem bucal - sendo que 32% estão relacionadas a problemas periodontais. Com o resultado desta pesquisa ficou mais fácil diagnosticar e solucionar o problema do mau hálito.


Não tenha vergonha, procure um dentista!

Geralmente os pacientes portadores de halitose buscam o tratamento odontológico na expectativa de resolver o seu problema de mau hálito, porém muitas vezes o constrangimento o impede de dizer ao dentista o verdadeiro motivo de sua consulta.
Somente com a realização de uma criteriosa analise odontológica é que o profissional propiciará condições para que o paciente sinta-se à vontade para relatar o problema de halitose e detalhar quais as possíveis causas do problema.

Por qual motivo posso ter halitose?

Os fatores podem ser diferentes porém afirma-se que em alguns casos as conseqüências emocionais são fatores que devem ser considerados, pois verifica-se que o portador do mau hálito está, com freqüência, emocionalmente abalado criando um ambiente conveniente para a halitose.
Outros fatores como períodos muito longos em jejum resultam redução da saliva que colabora na formação da placa bacteriana sobre a língua conhecido como saburra lingual (língua branca), que ocorre devido a uma combinação de resto de alimentos e células que se desprendem da mucosa bucal. Onde as bactérias que geram o mau hálito se alimentam destes resíduos e liberando o enxofre em formato de sulforado voláteis que corresponde pela sigla CSV. É neste processo que ocorre a halitose que irá gerar o mau cheiro bucal.
Alguns pensam, imaginam ou houve falar que o mau hálito é gerado pelo estômago. Apos muitos estudos ficou claro que são raros os problemas de halitose gerados pelo sistema gástrico, porém não pode ser descartada a hipótese, caso o paciente tenha problemas de refluxo gástrico, o que facilita na formação da saburra lingual.
Em alguns casos problemas como: diabete, intestino preso, disfunção renal grave e ausência de vitamina C, podem ocasionar na halitose.

Não deixe um simples problema lhe afetar:

O mau hálito altera o padrão de comportamento na sua vida social, familiar e de trabalho, levando o paciente a apresentar uma tendência ao isolamento e distanciamento das pessoas queridas. O medo de ferir aqueles que o cerca com o seu mau hálito é um fantasma constante em suas atividades, afetando drasticamente sua qualidade de vida. Durante a anamnese, deve-se abordar questões relacionadas à história médica, odontológica, hábitos alimentares e sociais do paciente, etc.A halitose é de origem multifatorial e geralmente está relacionada a fatores sistêmicos, psicogênicos e bucais. Sabe-se hoje que a Gastrite e a Úlcera, que tanta culpa levaram pelas alterações dos odores bucais, foram vítimas de uma grande injustiça!

Como posso melhorar meu mau hálito que acontece só de vez em quando?

Quando o mau hálito não é crônico, mas apenas esporádico, devemos observar uma higiene bucal e lingual adequadas, estimular a salivação de maneira fisiológica, sem o uso de medicamentos podendo ser através do uso de balas sem açúcar, gomas de mascar, gotas de suco de limão com um pouco de sal. Além dessas opções existe uma ameixa japonesa, conhecida como "umebochi" que é muito saudável e ajuda muito.
Além disso cuidar da alimentação, tomar água com mais freqüência numa média 4 horas, evitar comer gorduras, condimentos, alimentos com odor carregado, o excesso de proteína ajudam a evitar a proliferação da halitose.
Escovar os dentes após as refeições, usar fio dental e visitar o seu dentista regularmente a cada 6 meses é um ótimo habito. Pois irá preveni-lo não somente do mau hálito como de outras doenças odontológicas

Então, o uso de gomas de mascar melhora o hálito?

Sim. Em primeiro lugar, age como um mascarado do hálito e, em segundo, o que é mais importante, aumenta a salivação.

O mau hálito está relacionado ao estomago?

Com base em diversas pesquisas pode-se afirmar que apenas 1% das causas da Halitose está associada a problemas gástricos. Para o atendimento do paciente portador de halitose, deve-se dispor não só de recursos científicos e tecnológicos como o halímetro, mas principalmente de tempo para compreender e ajudar o paciente a expressar suas queixas e identificar quais os possíveis hábitos que ocasionam no mau hálito.

Como é feito o diagnóstico da halitose?

Cada detalhe poderá ser de grande valia no diagnóstico e tratamento. A halitose não é uma doença e sim um sintoma de uma possível alteração patológica (ex.: doença periodontal, alterações hepáticas, etc), variação fisiológica (ex.: menstruação) ou mesmo de um processo adaptativo do organismo (ex.: jejum prolongado). O profissional deve estar capacitado para fazer o diagnóstico diferencial entre uma halitose real, uma halitose imaginária e um distúrbio quimiossensitivo. O não conhecimento dos mecanismos de formação da halitose poderá levar o profissional ao erro de subjugar uma queixa do paciente, a qual está afetando o perfil comportamental do mesmo.

Qual é a causa do mau hálito?

A halitose não pode ser explicada por um único mecanismo. Existem casos de origem fisiológica (que requerem apenas orientação), patológica (que requerem tratamento), por razões locais (feridas cirúrgicas, cáries, doenças periodontais e outros) ou ainda por razões sistêmicas (diabetes, distúrbios renais, prisão de ventre e outros).São várias as causas e muitas vezes apresentam vários fatores ao mesmo tempo.

Halitose tem cura?

Claro que tem cura. As vezes, atingir a cura demanda um pouco mais de tempo, mas sempre existe a possibilidade de controle. A maior parte das pessoas crê que qualquer dentista está amplamente informada respeito de mau hálito, o que nem sempre é verdade.
O mesmo pode-se dizer em relação aos médicos. O atendimento nessa área é diferente do atendimento odontológico de rotina. Atualmente, muitos estão bastante interessados e estão investindo em conhecimentos sobre o assunto. Assim, se o seu dentista não se achar em condições de lhe oferecer um excelente atendimento, com certeza saberá encaminhá-lo para um colega que tenha feito esse tipo de treinamento.

Qual é a importância de curar a halitose?

São diversos os motivos. Além da questão da saúde geral do paciente - saúde sistêmica e local - há de se observar a questão social. O indivíduo portador da halitose sofre discriminação em seu grupo social. Ele é vítima freqüente de distanciamento em sua relação afetiva. A halitose agride as pessoas que convivem com o portador privando-o de uma vida melhor.

Por que o portador da halitose não sente o seu próprio hálito?

Porque o olfato se adapta ao odor, por tolerância. O epitélio olfatório rapidamente se cansa ou fadiga, se acostumando ao odor e falhando na percepção (fadiga olfatória). Em pouco tempo, o paciente com halitose se acostuma ao próprio mau hálito.

Após tratamento de úlcera e gastrite, por que o paciente continua com mau hálito?

Problemas gástricos causarão halitose quando houver refluxo. Segundo pesquisa desenvolvida por equipe multidisciplinar de gastroenterologistas, otorrinolaringologistas e periodontistas da Bélgica, 87% das causas da halitose estão localizadas na região da boca.

Quem são os pacientes com maior tendência a halitose?

Respiradores bucais, pacientes com sangramento gengival (doença periodontal), saburra lingual, alterações sistêmicas (por exemplo diabetes, doenças hepáticas, etc), em dieta ou ainda aqueles que apresentam baixo fluxo salivar.

O que é a saburra lingual?

É um material viscoso e esbranquiçado ou amarelado, que adere ao dorso da língua em maior proporção na região do terço posterior. A saburra equivale a uma placa bacteriana lingual, micro em que os principais organismos presentes são do tipo anaeróbios proteolíticos, os quais, conforme foi explicado para a halitose da manhã, produzem componentes de cheiro desagradável no final de seu metabolismo. É uma película composta de células descamadas, bactérias e detritos alimentares que aderem à superfície da língua. Ela é responsável por grande parte das halitoses. O grande desafio é saber por que ela está se formando, pois mesmo realizando limpeza correta da língua, alguns pacientes poderão continuar apresentando formação acentuada.

Como saber se sou portador de halitose?

A melhor forma é perguntar a uma pessoa sobre seu convívio e de confiança se o seu hálito está alterado e ou costuma ser forte. O portador que é consciente de sua halitose tem um perfil receoso e angustiado. Há pessoas que apenas acreditam possuir halitose. Para ambas as situações é importante o exame e um perfeito diagnóstico.

A halitose é fruto de má higiene?

A halitose é um sinalizador de que algo no organismo não está bem. Ou seja, nem sempre a halitose ocorre por falta da melhor higiene bucal. Um paciente que mantenha boa higiene oral mas encontre-se estressado, poderá apresentar um fluxo salivar baixo. Isto compromete a auto-limpeza favorecendo a formação da saburra lingual e possibilitando a manifestação da halitose.

E se o problema não for bucal?

Se a causa identificada for outra que não a odontológica, o especialista encaminhará o paciente a um médico pertinente. É de fundamental importância essa integração entre as áreas médicas, paramédicas e odontológicas. Grande parte do insucesso nos tratamentos ocorre justamente pelo não conhecimento abrangente dos fatores causais da halitose.

Todas as pessoas têm mau hálito?

Se considerássemos o hálito desagradável ao acordar, praticamente 100% da população seria portadora de halitose. Por isso, o hálito da manhã é considerado fisiológico. Ele acontece devido à leve hipoglicemia, à redução do fluxo salivar para virtualmente zero durante o sono e ao aumento da flora bacteriana anaeróbia proteolítica. Quando esses microrganismos atuam sobre restos epiteliais descamados da mucosa bucal e sobre proteínas da própria saliva, geram componentes de cheiro desagradável (metilmercaptana, dimetilsulfeto e principalmente sulfidreto, que tem cheiro de ovo podre). São os compostos sulfurados voláteis, conhecidos abreviadamente por CSV. Após a higiene dos dentes (com fio dental e escova), da língua (com limpador lingual) e após a primeira refeição (café da manhã), a halitose matinal deve desaparecer. Caso isso não aconteça, podemos considerar que o indivíduo tem mau hálito e que este precisa ser investigado e tratado.

É possível que eu tenha mau hálito e não saiba disso?

Sim. As pessoas que têm um mau hálito constante, por fadiga olfatória, não percebem seu próprio hálito. Somente as pessoas que têm períodos de halitose e períodos de normalidade conseguem percebê-lo.

Como eu posso saber se tenho ou não mau hálito?

A maneira mais simples de identificá-lo é pedir a um familiar ou a um amigo de confiança que faça essa avaliação para você. Caso você identifique o problema ou caso você se sinta constrangido a pedir a alguém que o avalie, pode procurar um dentista para que este possa ajudá-lo no diagnóstico e no tratamento da halitose. Atualmente, e cada vez mais, existem dentistas interessados no assunto, e muitos deles até já dispõem de um aparelho para medir e avaliar seu potencial de halitose.

Então, dá para se medir o hálito?

Sim, atualmente existe à disposição dos profissionais interessados um aparelho chamado Halimeter@, que é capaz de medir compostos sulfurados voláteis e que serve para orientar quanto à gravidade da halitose e quanto à melhora e à cura durante o tratamento. Também é útil para demonstrar claramente para certos pacientes que eles não possuem nenhum cheiro desagradável na boca, quando este é o caso. Certos pacientes halitofóbicos ficam muito apreensivos, com medo de terem halitose e desconhecerem o fato.

Qual a causa do mau hálito?

É muito bom que se diga que os casos de halitose não podem ser explicados por um único mecanismo. Existem casos de halitose tanto por razões fisiológicas (que requerem apenas orientação) como por razões patológicas (que requerem tratamento); por razões locais (feridas cirúrgicas, cárie, doença periodontal etc.) ou sistêmicas (diabetes, uremia, prisão de ventre etc.). Por isso, pode-se concluir que todas as possíveis causas devem ser investigadas e que o tratamento será direcionado de acordo com a causa identificada. No entanto, 96% ou mais dos casos de halitose se devem à presença de saburra lingual e, assim, devem ser tratados.

Se a saburra é formada microrganismos, o mau hálito é contagioso?

Não. A saburra somente se forma em pessoas com predisposição à sua formação. Por isso, é muito comum observarmos casais em que apenas um dos parceiros apresenta hálito muito desagradável, a ponto de incomodar o outro.

O que predispõe à formação de saburra?

A causa primária da formação de saburra é a leve redução do fluxo salivar, com a presença de uma saliva muito mais rica em mucina ("gosmenta") e que facilita a aderência de microrganismos e de restos epiteliais e alimentares sobre o dorso da língua. É bom que se diga que existem vários graus de redução do fluxo saliva; quando a redução é severa (de 0 a 0,3 ml/minuto, sob estímulo mecânico), já não encontramos saburra, mas sim, outros tipos de desconforto. A medida do fluxo salivar (sialometria) deve ser feita por um profissional habilitado para isso. Também é importante a avaliação das causas da redução do fluxo salivar para que se possa decidir sobre o tratamento. Uma causa bastante comum é o "stress" constante.

Como se livrar da saburra e do mau hálito?

Existem pelo menos 3 abordagens:1. Remoção mecânica da saburra por meio de limpadores linguais. Existem vários modelos de limpadores linguais disponíveis no mercado americano; no Brasil, encontramos um limpador lingual muito eficiente (modelo em forma de "V").2. Manutenção da superfície lingual o mais oxigenada possível, com o uso de oxidantes. Existem vários oxidantes no mercado que podem ser úteis para esse fim; desde a água oxigenada (usada diluída), o Amosan, até os de última geração (geralmente formulações com um componente antimicrobiano e um oxidante potente). Provavelmente, em pouco tempo, encontraremos no mercado, à disposição apenas dos profissionais, um desses produtos, com o nome de "SaudBucal".3. Identificação da causa da redução do fluxo salivar para que se possa estabelecer o tratamento adequado. As duas primeiras abordagens garantem um hálito agradável; porém, exigem a manutenção desses cuidados. A terceira abordagem, uma vez realizada com sucesso, garante resultados mais duradouros, sem a necessidade de manutenção do uso de produtos para o controle de saburra, porque esse procedimento corresponde à eliminação da causa primária.

Tenho gastrite. Acho que é por isso que tenho mau hálito. 0 mau hálito pode vir do estômago?

Não. É muito comum os pacientes pensarem dessa forma incorreta. Também é muito comum pacientes com gastrite terem mau hálito. Vamos explicar melhor esse mecanismo: à medida que a saburra se forma, ela passa a ser um meio propício também à instalação e à proliferação de microrganismos patogênicos cuja porta de entrada é a boca.
São exemplos os microrganismos causadores de doenças pulmonares, gastrintestinais e até mesmo de amigdalites e de doenças periodontais. No caso da relação halitose versus gastrite, a redução do fluxo salivar propicia a formação de saburra, a qual permite que o Helicobacterpilor se instale no dorso lingual, prolifere e aumente em número, podendo chegar ao estômago e desencadear a gastrite. Na verdade, a manutenção do fluxo salivar em condições normais não evita apenas a formação de saburra e mau hálito, mas também previne a possibilidade de o paciente se tomar predisposto a gastrite, pneumonia, amigdalite, periodontite etc. Já consultei vários profissionais sem ter a Solução para o meu problema.
Caso você tenha mais dúvidas, fale diretamente com a
Drª. Renata Adorno, ela poderá lhe ajudar.